Grito do Excluídos: Igreja Católica não tem como se manter inerte, afirma Bispo

Foi realizado em Itabira, pela Diocese Itabira-Coronel Fabriciano, dia sete de setembro, o 27º Grito dos Excluídos. O Bispo Diocesano, Dom Marco Aurélio Gubiotti esteve presente, e destacou a importância da união de forças para combater a desigualdade social. Em seu discurso, afirmou que a Igreja Católica não pode se manter inerte, diante do momento crítico, particularmente em Itabira, com a situação dos moradores na área de risco das barragens com rejeito de minério de ferro.

“Primeiro lugar eu penso que todos nós em Itabira somos atingidos pelas barragens, e pelo medo que se repita aquilo que aconteceu em Mariana e Brumadinho. Os irmãos e irmãs sabem o que pode acontecer, até mesmo perderem suas casas, em uma remoção. Então me coloco no lugar deles, e me sinto solidário a cada família atingida por essa situação. O Grito dos Excluídos tem uma pauta maior, e foi escolhida nossa Paróquia por causa desta situação das barragens,” disse o Bispo.

Dom Marco Aurélio Gubiotti

Questionado sobre o conceito de movimento apolítico, foi enfático. “Essa é uma pergunta muito oportuna e difícil de responder. Não somos políticos! Mas como Bispo, Padres e Diáconos é nossa missão fazer uma política não partidária. Não podemos candidatar e nem filiar a movimentos políticos, mas esse movimento é atualmente político, no sentido amplo e positivo da expressão. Defesa da polis, ou seja, defesa da cidade, e das pessoas que vivem em sociedade,” declarou Dom Marco Aurélio Gubiotti.

Ele avaliou o tamanho da responsabilidade em receber o evento, justamente na pandemia. “Nossa Diocese grita há 27 anos, desde o primeiro evento. Sempre estiveram unidos, irmãos e irmãs, espalhados pelo Brasil. Estamos em uma luta em defesa da vida. Estamos unidos com o movimento social que tem a mesma pauta de luta pela vida. A Igreja Católica está nessa luta, iluminados pela fé, e pela palavra e revestidos pela armadura de Deus, com o evangelho da paz,” disse o líder local da Igreja Católica.

O movimento ainda levantou a bandeira de vencer a crise sanitária, a econômica, e também a política. “Estamos mais uma vez fazendo esse movimento que é tradição nossa, sempre como pauta a defesa da vida. Um movimento ordeiro, pacífico, mas que às vezes temos manifestações políticas e partidárias, mas que não faz parte da oficialidade, não parte da Diocese. Porem, membros do povo de Deus, alguns deles ligados a movimentos partidários, e que respeitamos. Acolhemos porque o Grito não é o movimento só da Igreja Católica,” concluiu o Bispo Diocesano.

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