O “coração grande” e os cuidados essenciais ao órgão
No domingo (29), a Fundação São Francisco Xavier (FSFX) celebrou o “Dia Mundial do Coração”, data criada para promover reflexões sobre a saúde deste órgão. Como forma de alertar sobre os riscos de doenças cardiovasculares, e reforçar as dicas sobre como preveni-las, o médico cardiologista da FSFX, Dr. Eduardo Taveira Cota, trouxe orientações sobre como cuidar o coração. O médico ressalta que hábitos saudáveis no dia a dia reduzem o risco de doenças cardíacas, além de fortalecer o organismo, aumentando a qualidade de vida.
O cardiologista destaca ainda sobre a expressão “coração grande”, que muitas vezes se remete a elogios, mas também é um termo popular da doença cardiomegalia, um aumento anormal do coração, que é um sinal de que algo não está bem com o órgão mais vital do corpo humano. O profissional explica que a cardiomegalia é um aumento do coração que pode ser identificado em exames simples, como o eletrocardiograma e a radiografia de tórax, ou por exames detalhados, como ecocardiograma e ressonância magnética cardíaca.
“Entre as principais causas, hipertensão arterial, que se não tratada adequadamente, ao longo dos anos, faz com que o coração se adapte ao aumento da pressão, resultando no crescimento. Infecções como a doença de chagas e miocardites virais também podem levar a esse quadro, além de infarto do miocárdio e até mesmo tratamentos com quimioterápicos. O infarto do miocárdio é uma das causas mais comuns da cardiomegalia, pois resulta em lesões que provocam o crescimento do coração ao longo do tempo”, explica o especialista.
A doença pode ter sintomas muitas vezes sutis no início, mas à medida que a condição progride, podem incluir: falta de ar, cansaço excessivo, inchaços, e, em alguns casos, acordar com dificuldade em respirar. Alguns pacientes têm sintomas leves ou até mesmo nenhum, tornando o diagnóstico desafiador. Em estágios mais avançados, o tratamento pode incluir a utilização de dispositivos, como marcapassos ressincronizadores e até mesmo um transplante cardíaco nos casos mais graves e refratários a outros tratamentos.
O médico reforça que a prevenção é o melhor caminho, e evitar que ele sofra um aumento significativo. “Adotar um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada, controle do peso, prática regular de atividade física, e evitar fatores de risco como o tabagismo e o consumo excessivo de sal, são medidas essenciais para manter o coração saudável. Controlar a hipertensão, o diabetes e os níveis de colesterol, são passos fundamentais para prevenir o desenvolvimento da cardiomegalia e outras doenças cardíacas”, alerta o profissional da FSFX.
“Existem quatro classes de medicamentos que têm comprovadamente reduzido a mortalidade, e a utilização de tecnologias como um dispositivo que reduz o refluxo pela válvula mitral, tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida. A cardiomegalia, antes vista como uma condição com poucas opções de tratamento, agora pode ser manejada de forma mais eficaz, aumentando a sobrevida dos pacientes. A data serve como lembrete da importância de cuidar do nosso órgão vital”, pontua o médico.
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