No Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, celebrado nesta quinta-feira (21), a Fundação São Francisco Xavier (FSFX) que administra o Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) chama a atenção para os principais sintomas da patologia. O Alzheimer é uma doença de caráter neurodegenerativo, progressiva, causada por alterações celulares que levam à perda dos neurônios, condição que se espalha pelo cérebro. Considerada a mais comum entre as demências, podendo representar até 60% dos casos, e atinge pessoas a partir de 65 anos, mudando comportamento, personalidade e cognição.
A manifestação mais comum da doença está relacionada à memória, onde ocorre o início das alterações. No Brasil, 1,2 milhão de pessoas convivem com a doença. Com o objetivo de chamar a atenção para o cenário da doença e a importância do enfrentamento, foi instituída a data para promover a conscientização sobre o tema. Para o neurologista da FSFX, Wesley Moreira Vieira, o destaque dado é fundamental para alertar à população sobre a importância do diagnóstico precoce, formas de tratamento, além de orientações e assistência necessárias aos familiares dos pacientes, fundamentais para administrar a nova rotina.
“Existe uma estimativa para casos de Alzheimer, no qual a cada 100 mil habitantes, mil pessoas são diagnosticadas pela patologia. Considerando uma população estimada de 600 mil pessoas, na região metropolitana do Vale do Aço, cerca seis mil pessoas podem ser portadoras da doença”, alerta o médico neurologista. Ainda de acordo com Wesley Vieira, para um diagnóstico preciso do Alzheimer é necessária uma avaliação médica aprofundada. Entre os sintomas primários da doença está a confusão mental, perda de memória, mudanças de humor, dificuldades de reconhecimento de pessoas e lugares.
Após aneurisma, o aposentado Lincoln Dias Heringer, de 79 anos, pai da fonoaudióloga, Mônica Heringer, apresentou os primeiros sinais de esquecimento. Os sintomas evoluíram e após uma viagem onde esqueceu a senha do cartão, a filha procurou atendimento e o diagnostico foi de Alzheimer. “Ele ficou muito nervoso com a situação e após retornar da viagem, decidimos retornar ao médico. Meu pai ainda passou por um episódio de surto, que evoluiu para que ele ficasse acamado. Com o tratamento, o apoio de uma equipe multidisciplinar e suporte da família, ele evoluiu para uma melhora significativa”, ressalta Mônica.
Para a ciência, o avanço da idade é considerado o fator elementar provocador da doença, tendo a maior parte dos diagnósticos comprovados em pessoas com idade a partir de 65 anos ou mais. A condição genética também é reconhecida como influenciadora da patologia. Contudo, existem outros fatores de riscos considerados modificáveis como, diabetes descompensado, colesterol alto, hipertensão arterial descontrolada, isolamento social, depressão, insônia e sedentarismo, são perfis que segundo os especialistas, condicionam o paciente a uma possibilidade de manifestação mais precoce da doença.
“A ciência tem avançado no tratamento da doença. Ainda em âmbito experimental, alguns medicamentos provaram modificar a evolução do Alzheimer, mas a medicina ainda precisa avaliar e considerar os efeitos colaterais que esses remédios podem trazer. O mais importante é que existe uma luz no fim do túnel, com a possibilidade de mudar o que causa a doença”, destaca o neurologista. Além do suporte profissional e medicamentoso, é necessário engajamento familiar no tratamento, além de atividades para o lazer e interação social, que envolvem o estímulo cognitivo, com o objetivo de garantir qualidade de vida ao paciente.
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