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Camila Vieira. Foto: Assessoria de Comunicação da Câmara de Itabira
Ato público na praça Acrísio de Alvarenga dia 24, às 18h30
Duas Promotoras Legais Populares (PLPs): Camila Vieira Rocha e Eva Gonzaga se pronunciaram na sessão ordinária desta terça-feira (22), na Câmara de Itabira, a convite do vereador Júlio Rodrigues “do Combem”. Elas destacaram a importância do Dia o Municipal do Afrodescendente, em 31 de agosto, data escolhida por referência 141 anos da morte do líder abolicionista Luiz Gama. O dia será também o início da jornada de lutas organizada pelo Movimento Negro, contra o preconceito racial.
A data é celebração das contribuições dos afrodescendentes em todos os campos da atividade, reconhecimento de injustiças e discriminação sistêmica que a população negra tem sofrido por longos anos, até a atualidade. “Existem momentos na nossa vida preta, de luta. Muitas vezes pensei vou chutar o balde. Mas nesses momentos vem um canto sofrido de longe, lá da senzala, me lembrando de que minha vida não me pertence,” disse Eva Gonzaga em seu pronunciamento.
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Banner do ato no dia 24. Foto: Assessoria de Comunicação da Câmara de Itabira
“Eu na minha essência da África, de nossos ancestrais que com enorme dificuldade romperam laços e nunca desistiram, mesmo sabendo que o final poderia ser trágico e não mágico. Parem com a violência, e de nos matar! Não queremos meramente ser acolhidos. Exigimos respeito, porque acolhimento nós temos em casa, em nossa família. Respeito é o que queremos. Abaixo nessa agregação, e a violência e o medo,” disse em momento emocionante a PLP no Poder Legislativo de Itabira.
A coordenadora das PLPs, Camila Vieira, explanou sobre a Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate a Violência, e como vem atuando desde o ano de 2008, denunciando todas as formas de violência, opressões e violações de direitos, sofridas principalmente pelos jovens e mulheres negras, e a população de forma geral. No Brasil, há o racismo estrutural e institucional latentes, o que influência diretamente nas vidas, sobretudo de jovens e mulheres.
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Camila Vieira e Eva Gonzaga. Foto: Assessoria de Comunicação da Câmara de Itabira
“Só nos últimos cinco anos, mais de 100 crianças e adolescentes foram baleados no país. Sendo que 30 perderam as suas vidas durante as chamadas operações policiais, entre 2017 e 2019. A violência policial responde por 5% dessas mortes violentas de jovens pretos. Brasil e os Estados Unidos são os países cujas polícias são as que mais matam no mundo, principalmente pessoas pretas, é o que também aponta o relatório da Anistia Internacional”, acrescentou a coordenadora.
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