O risco de assumir direção de veículos sob efeito de entorpecentes

Segundo dados da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) cerca de 11,5 milhões de condutores das categorias: C, D e E, habilitados para dirigir caminhões, vans, ônibus e carretas, são obrigados a fazer o exame toxicológico a cada 30 meses. Desses, pelo menos quatro milhões não cumpriram o exame que detecta uso regular de drogas nos últimos 90 dias. O SOS Estradas estima que pelo menos dois milhões desses condutores são usuários de drogas. Dados compatíveis com pesquisas realizadas pelo Ministério Público do Trabalho e outras fontes. Motoristas dirigindo veículos pesados, transportando dezenas de passageiros e toneladas de carga, colocam em risco a vida de milhões de brasileiros diariamente.

“Dirigir sob a influência de drogas aumenta o risco de acidentes fatais, expondo a vida de terceiros, como também pelo fenômeno de baixa percepção de risco de uso de determinadas drogas, como a cocaína, por exemplo. Isso justifica o interesse crescente de dirigir sob efeito dela, o que causa um comportamento de saúde particular, que merece mais ações e estudos na área. São tipos de substâncias que diminuem o nível de consciência, afetando funções cognitivas, habilidades da sensopercepção, diminuindo o julgamento crítico e a capacidade de abstração, além de comprometer habilidades motoras, de suma importância para uma direção segura”, explica a psiquiatra e presidente da Associação Brasileira De Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), Alessandra Diehl.

Alessandra alerta que o uso de substâncias psicoativas sempre envolve um grau de risco de efeitos adversos em diferentes órgãos e sistemas do corpo humano. “São consequências que podem ocorrer em curto prazo, como no caso de envenenamento, que aumenta o risco de lesões ou agressões, e comportamento sexual de risco. O uso repetido ou prolongado dessas substâncias favorece o desenvolvimento de transtornos de dependência, chamados de transtornos crônicos e recorrentes, caracterizados por necessidade severa da substância e perda da capacidade de controlar seu consumo. Isso apesar das consequências adversas do estado de saúde, interpessoal, familiar, acadêmico, ocupacional ou operação legal”, detalha a psiquiatra. O exame toxicológico é forma de prevenção.

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