Definido reajuste de 9,63% nos planos de saúde individuais

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou segunda-feira (12) o novo teto para os reajustes dos planos de saúde individuais e familiares. O índice de 9,63% aprovado pela agência reguladora é quase 67% maior do que o valor da inflação acumulada em 2022, e mais uma vez empurra para o consumidor problemas de gestão das operadoras do setor. O reajuste ocorre após as empresas alegarem enfrentar uma crise sem precedentes no mercado dos planos de saúde e indicar que a forma de solucionar o problema é a aplicação de reajustes elevados.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os dados oficiais da ANS não respaldam a narrativa das empresas, já que, apesar da alta histórica das taxas de uso dos planos em 2022, na prática, esse aumento não chegou a configurar prejuízo, pois as altas taxas de juros garantiram rentabilidade das aplicações financeiras das empresas. Somados os prejuízos operacionais com os lucros financeiros, o setor acabou ficando no “zero a zero” no último ano. O aumento estabelecido para a ANS vale apenas para 17,7% de todo o mercado brasileiro, que é a fatia correspondente aos planos individuais e familiares.

“Vemos o cenário se repetir. Após o maior aumento da história aplicado no ano passado, mais uma vez registramos reajustes elevados autorizados pela ANS, em um momento de inflação bem menor, sem que os rendimentos dos consumidores tenham crescido no mesmo ritmo. Na prática, o consumidor, que no ano passado pagou mais de R$238 bilhões às operadoras de planos em mensalidades, acaba custeando tanto os serviços contratados quanto os prejuízos gerados por problemas de gestão”, afirma a Ana Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Idec.

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