Centro de Reconhecimento de Paternidade reúne irmãos depois de 37 anos

Crédito: Joubert Oliveira/TJMG

Uma ação promovida pelo Núcleo de Voluntariado e do Comitê PopRua/Jus, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em março deste ano criou a oportunidade para que dois irmãos, que nunca haviam se encontrado, confirmassem a paternidade em comum. Em uma das apresentações de serviços disponíveis à população neste evento, o Centro de Reconhecimento de Paternidade (CRP) de Belo Horizonte chamou a atenção da coordenadora do Instituto de Apoio e Orientação a Pessoas em Situação de Rua (Inaper), Angélica Lugon.

Ela se lembrou do caso de João Paulo, de 37 anos, que superou a situação de rua, mas continuava visitando e aproveitando as rodas de conversa, palestras e serviços do Inaper. Ele sempre contava o sonho de criança de ter o nome do pai registrado na certidão de nascimento. Ao final do evento, Angélica Lugon procurou a juíza adjunta do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de BH (Cejusc/BH) para Coordenação do CRP, Maria Luiza Andrade Rangel Pires. Angélica contou à juíza a história de João Paulo e recebeu orientações de como levar o caso dele ao CRP.

João Paulo entrou em contato com o CRP para o processo de reconhecimento. Ele contou que havia tentado aproximação com o pai, chamado Laurentino, ainda criança, cobrando o nome na certidão, mas demonstrou resistência e até mesmo o repreendeu, dizendo que não deveria se envolver em assuntos de adulto. Anos depois, ele procurou o cartório e obteve uma cópia da certidão de óbito. Para a sua surpresa, o documento tinha sido registrado por um dos filhos, chamado Edson. João procurou o endereço do suposto irmão, mas não o encontrou pessoalmente porque este trabalhava viajando como motorista.

Eles chegaram a conversar por telefone, mas não conseguiram uma oportunidade para confirmar a paternidade. Foi aí que a equipe do CRP entrou em ação. Em contato com o suposto irmão de João, conseguiu marcar uma data para coleta de material para realização do exame de DNA. No dia da coleta do material para os exames, os dois se encontraram pela primeira vez. Falaram sobre as memórias que cada um guardava sobre o pai, descobriram coincidências e similaridades de comportamento entre eles. Nesta semana, o CRP divulgou o resultado do teste de DNA. O resultado positivo foi motivo de comemoração.

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