Investidores e até mesmo a população em geral, foram surpreendidos com o escândalo das Americanas. A atenção foi direcionada após a divulgação pela companhia de fato relevante onde reconhece inconsistências na sua contabilidade no montante de R$ 20 bilhões, levando as ações a uma queda dia de 77%. Um dia após a divulgação do fato a empresa ingressou com uma medida cautelar antecedente (processo judicial), visando proteger seus ativos de penhoras, arrestos e bloqueios, especialmente recursos ainda existentes em caixa, e alguns dias depois protocolou formalmente seu pedido de recuperação judicial.
“Mas podemos dizer que toda essa situação trouxe uma crise de confiança para a empresa e o mercado, impactando negativamente tanto o valor das ações como dos títulos de dívida da varejista. Além disso, é provável que ocorram demissões em massa, cortes de despesas e investimentos nos próximos meses”, informa Alcides Wilhelm, advogado e contador. Inconsistência contábil nada mais é do que um eufemismo para erros cometidos seja, por interpretação das normas contábeis, por equívoco em lançamentos, ou mesmo de maneira intencional, nesse caso podendo ser enquadrado como crime. Conforme o advogado a dívida global das Americanas é maior do que R$ 43 bilhões.
Na rotina das empresas é comum ter alguma inconsistência contábil, porém não nessa magnitude divulgada pelas Americanas. Por mais que seja corriqueiro, não é ideal que esses erros aconteçam e para evitar isso, o mais indicado é ter um setor contábil conhecedor das técnicas que devem ser adotadas para a escrituração das operações da empresa. “Isso ocorre por diversos motivos e nos mais variados setores da empresa, seja na gestão de documentos fiscais, controle de estoques, entregas de declarações, pagamentos de impostos, contas a pagar e a receber, sistemas mal parametrizados, entre outros,” explica Alcides Wilhelm.
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