Confederação Nacional de Municípios alerta que reajuste do piso do magistério

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reitera que não há base legal para o reajuste do piso nacional do magistério de 14,95% em 2023. A medida homologada em portaria publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (17) trará impacto anual de R$ 19,4 bilhões apenas aos cofres municipais. A CNM vem se posicionando sobre a inconstitucionalidade do reajuste desde janeiro de 2022, quando o Ministério da Educação anunciou o reajuste de 33,24% para o referido ano, apesar de haver parecer contrário da Advocacia-Geral da União (AGU).

O movimento municipalista destaca que há um vácuo legislativo que coloca em risco a segurança jurídica de aplicação do reajuste do piso nacional do magistério, pois se baseia em critérios que remetem ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), revogada pela Lei de regulamentação do novo Fundo. Os governos Bolsonaro e Lula têm, portanto, a mesma posição em relação ao reajuste do piso do magistério, preferindo não considerar o pacto federativo para não confrontar o movimento sindical dos professores.

O piso do magistério não impacta as contas do governo federal, pois quem paga é o Estado, e o município. Já quando se trata de medidas que impactam as finanças da União, como o salário mínimo e o valor per capita do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), há indefinição sobre o reajuste. O piso do magistério proposto se tornou problema para a gestão da educação no país, na medida em que sua atualização, baseada no valor mínimo por aluno por ano, tem sido sempre superior ao crescimento da própria receita do Fundeb, pressionando o crescimento da folha de pagamento dos professores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *