Exposição de fotografias “Muros Invisíveis” no II Flitabira

Crédito: Antônio Beato fotografado por Yury Oliveira

Como parte das atividades do II Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), a cidade natal de Carlos Drummond de Andrade recebe a exposição “Muros Invisíveis”, que tem o propósito de dar destaque à história e à trajetória de pessoas socialmente invisibilizadas. Para isso, a mostra exibe, na praça Acrísio Alvarenga, onde ficará a céu aberto, retratos de 42 moradores da cidade, registrados pelo fotógrafo itabirano Yury Oliveira. A exposição será inaugurada no Dia do Professor, 15 de outubro, às 19h, e fica em cartaz até 12 de dezembro.

Com 21 totens de cerca de dois metros de altura, “Muros Invisíveis” coloca em foco a vida e a trajetória de pessoas historicamente invisibilizadas, que têm e tiveram uma vida de lutas para enfrentar preconceitos contra cor da pele, gênero ou classe social. “Optamos por fotografar pessoas pretas empreendedoras e lideranças (…), e também convidamos artistas, responsáveis por movimentos sociais e educadores (formadores de opinião). Assim chegamos ao resultado de 42 pessoas que representam toda uma população”, afirma Nalbert Victor, estudante de Arquitetura e Urbanismo e um dos curadores da mostra.

Foto por Yury Oliveira – Dona Tita

Segundo a ativista cultural Eva Maria Gonzaga, também curadora da exposição e integrante da Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, a representatividade foi um critério fundamental na escolha dos fotografados. “A exposição veio com o intuito de garantir que o nosso lugar de fala fosse preservado. Escolhemos pessoas negras que são referências como líderes que, com muita luta, sofrimento e resistência, conseguiram se transformar em ícones na nossa sociedade e, sendo assim, inspiração para outras pessoas”, explica.

Para Yury Oliveira, que se formou em Direito e trabalha como fotógrafo profissional há quatro anos, foi uma experiência gratificante produzir as fotografias da mostra. “Pude conhecer um pouco de cada pessoa que recebeu o convite para ser fotografada e foi nítida a felicidade, não somente minha, mas de cada pessoa, por sentirem que elas vão ser vistas de uma forma mais enérgica na cidade. O fato de existirem ‘muros invisíveis’ ficou bem mais perceptível no momento dos diálogos, que mostraram como não nos sentimos valorizados”, conta o fotógrafo.

Abertura: Expo Muros Invisíveis

Yury destaca ainda que a mostra inova ao buscar dar visibilidade a esses grupos, em especial às pessoas negras. “É a primeira vez que vejo algo nessa proporção e com esse sentimento de valorização e incentivo para outras pessoas pretas na cidade. Além de reforçar o pertencimento delas e de todos que a mostra vai inspirar, tenho esperança que a cidade se sinta impactada e comece realmente a discutir sobre igualdade racial a partir do que vai ser visto. É como um grito de felicidade, precisávamos disso”, afirma.

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