Bares e restaurantes obrigados a alterar opções por problemas de abastecimento ou inflação

Apesar da volta ao atendimento presencial e a retomada do faturamento em bares, restaurantes, lanchonetes, cafés e toda a cadeia do foodservice brasileiro, a inflação continua sendo um entrave para o setor. Segundo dados da nova pesquisa da série Covid-19, realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), pela Galunion, consultoria especializada no mercado foodservice, e pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), como resultado deste cenário, 62% das empresas que atuam com alimentação fizeram alterações no menu por problemas de abastecimento ou inflação nos últimos três meses de 2022. Devido a esse aumento de custos nos insumos, 63% têm focado em reduzir desperdícios e 57% têm comprado de novos fornecedores para driblar tais desafios e continuar tendo rentabilidade.

A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 30 de agosto de 2022 com 830 empresas de todo o País e de diversos perfis, de redes de franquias a independentes, que representam mais de 15 mil lojas. A pesquisa anterior, realizada em abril deste ano, apontava a preocupação com os custos fundamentada nos índices oficiais, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país que continua sendo um dos maiores desafios para aqueles que atuam no foodservice. Neste novo levantamento, é possível verificar ações desenvolvidas pelas empresas que atuam no setor para tentar mitigar esta questão. Dessa forma, 67% dos respondentes testaram novas marcas de fornecedores nos últimos três meses, sendo 73% desses motivados pela oferta de melhores preços e, em menor grau, 40% por problemas de abastecimento do fornecedor anterior. Atualmente, os dois principais desafios dos negócios em 2022 são a inflação em geral para 68% e atrair clientes e manter/crescer vendas para 53%.

“Ainda que o setor siga sua recuperação depois dos piores anos da história, tem sido um desafio imenso lidar com a inflação de alimentos. Sem poder repassar esses custos, as empresas penalizam margens que por vezes estavam justas e comprometidas com o passivo da pandemia. Para uma melhora consistente em todo o setor, seguiremos defendendo a redução da carga tributária, uma reforma tributária que desonere a folha de pagamento dos funcionários, o estímulo ao crédito, em especial para pequenas empresas, o fomento ao primeiro emprego no setor de alimentação e o aumento do teto do Simples Nacional”, afirma Fernando Blower, diretor executivo da ANR. Outro entrave evidenciado pela pesquisa foi a contratação e retenção de colaboradores em bares e restaurantes, por exemplo.

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