O caso de feminicídio que vitimou a cantora e influencer Lívvia Bicalho em João Monlevade, a 32 quilômetros de Itabira, chamou a atenção do público. O caso tomou repercussão nacional, e ocorreu dia 21 de Abril, servindo como alerta para que as mulheres busquem informações que identifiquem sinais e comportamentos nos companheiros. No caso citado, o autor do crime pôs fim a própria vida depois do homicídio, motivado por passionalidade. A advogada criminalista Núbia Citty, além de atuar no direito, é palestrante e ativista na proteção das mulheres. Como especialista, destacou pontos a serem observados no comportamento de agressores em potencial.
Segundo autoridades policiais, a violência psicológica, na maioria das vezes, precede agressões físicas. “Qualquer conduta que provoque danos emocionais e diminuição da autoestima, prejudique ou perturbe o pleno desenvolvimento da mulher, ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças, ou decisões ameaças, humilhações, manipulações, proibições como, por exemplo, o veto de viagens, estudo, ou simplesmente impedir de ir à casa da amiga ou da família, perseguições, chantagens emocionais e ciúmes excessivos, devem ser vistos como alerta”, disse em entrevista para a rádio Itabira.
Figura sempre presente em shows e eventos por toda a região, Lívvia Bicalho, cantora e influenciadora digital de 37 anos foi encontrada morta com um tiro na cabeça em seu apartamento. O namorado, Rafael Ribeiro, de 39 anos, também foi achado morto. A entrevista da advogada criminalista foi antes do feminicídio, o que mostra que a especialista já buscava orientar as mulheres. A adoção de medidas preventivas pode salvar vidas. A mulher deve ter autoconhecimento sobre suas vontades, desejos e seu corpo, sem permitir se diminuir por ninguém, observando hierarquia desnecessária, atos de superioridade ou machismo. O respeito deve ser rotina na convivência casal.
“O afastamento social cria situações que contribuem com o surgimento de mais casos de violência doméstica. A dependência financeira, o desemprego que infelizmente acontece, provoca dificuldade maior na fuga do ciclo de violência, ainda mais com o agressor passando mais tempo em casa. Dependências seja financeira ou psicológica, são aspectos muito preocupantes, principalmente quando se têm filhos, e a mulher carrega a responsabilidade de criá-los. A pandemia dificultou muito as denúncias, até mesmo pela dificuldade em sair de casa, pelo fato do agressor estar o tempo inteiro perto da vítima”, destacou a advogada e palestrante.
Feminicídio é um termo de crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres em contexto de violência doméstica ou em aversão ao gênero da vítima (misoginia). As definições variam dependendo do contexto cultural. Com as regras de afastamento social, o tempo de convivência dos casais aumentou o que gera ainda mais conflitos familiares, motivados ou não por questões econômicas. “Exploração, chamar de gorda, feia, ou qualquer maneira de ridicularizarão da mulher, até mesmo dizer que ela nunca mais vai achar um homem como ele, ou que aceite dessa ou daquela forma, são sinais que devem ser observador como de um potencial agressor”, concluiu Núbia Citty.
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