Conselho Tutelar de Itabira: “sem as escolas abusos crescem”

O Conselho Tutelar de Itabira se posicionou sobre o afastamento social, e a modalidade de ensino remoto, que impacta nas denúncias de abusos em jovens, já que as instituições de ensino são onde são verificados casos suspeitos e feitas às denúncias. Sem essas informações levantadas por professores e educadores em geral, os organismos que atuam na repressão e prevenção, não contam com as ferramentas necessárias, contribuindo no crescimento da incidência.

“É perceptível a importância das escolas no que se refere a detectar as violações de direito. Percebemos que as instituições de ensino, são as portas de entrada, quando as crianças chegam com hematomas, mudanças de comportamento e outros sinais de negligência. Quando é notado, imediatamente é comunicado ao Conselho Tutelar”, disse Maria Alice Costa, presidente do colegiado.

Em 2019, o Conselho Tutelar de Itabira realizou 2370 atendimentos, 37%, ou seja, a maioria, relacionado a conflitos familiares, seguido da falta de acesso a educação (12%). Os demais, abaixo de 10%. No ano passado (2020) já sofrendo impactos com a pandemia, e as regras de distanciamento social, foram 1585 comunicações, com destaque novamente para o conflito familiar (48%), 11 pontos percentuais a mais que no ano anterior. Já a ausência de acesso a educação, atingiu 10%.

“Eu acredito que as aulas não presenciais impactaram sobre as violações, principalmente aquelas ocorridas em casa, que podem não ter chegado aos órgãos de proteção. Quando a criança vai para a escola, os crimes podem ser percebidos mais claramente. Não é que as violações diminuíram, ou melhoraram. Vizinhos e familiares, além da sociedade em geral devem ficar atentos, sobretudo ao isolamento dessas vítimas em casa”, revelou Maria Alice Costa.

Outros casos também em 2020 chamaram a atenção: 28 adolescentes gestantes, dez tentativas de suicídio, 28 episódios de violência sexual, 122 casos de maus tratos, uma exploração de trabalho infantil, 13 desaparecimentos, 21 abandonos de incapaz, 28 alienações parentais, 20 jovens em conflito com a lei apreendidos e quatro de bulling. Como 2021 ainda está em andamento não há números sobre a atuação nos quatro primeiros meses do ano.

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