O prefeito de Itabira Marco Antônio Lage prepara uma cobrança efetiva diante dos recursos que podem chegar ao Estado, como contrapartida da mineradora Vale, aos danos ambientais que Minas Gerais acumulou com a exploração mineral.
“Queremos que Itabira não seja esquecida, e vou cobrar o percentual destinado à cidade, desses aproximadamente 37 bilhões de reais, sobre um possível entendimento com os Ministérios Públicos, de Minas e Federal, para recompensar de alguma forma os danos ambientais que tivemos com a mineração,” disse o prefeito, nesta quarta-feira (3).
O Estado de Minas Gerais chegou a publicar um comunicado, dia primeiro de fevereiro, negando o acordo com a empresa, supostamente celebrada com instituições ligadas ao Governo, para se chegar a um valor de reparação aos danos socioambientais e econômicos, com as tragédias de Mariana e de Brumadinho.
Publicações na imprensa da capital apontavam que o acordo foi real, e na casa de 37 bilhões de reais, até a destinação de parte dos valores estariam alinhadas, como ampliação do metrô e construção do rodoanel em Belo Horizonte. A fonte consultada seria ligada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O assunto também teria sido debatido nos bastidores da posse de Agostinho Patrus, reeleito presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG).
Outros investimentos prioritários seriam: 5 bilhões de reais para a construção aproximadamente cem quilômetros que ligam as duas rodovias federais de maior extensão em Minas, às BRs 040 e 381. Cerca de 3,5 bilhões para as cidades banhadas pela bacia do Paraopeba, mais atingidas com o rompimento da barragem de Brumadinho; e outros 9,5 bilhões para atividades desenvolvidas pelo Ministério Público do Estado. O comprometimento seria de 18 bilhões, praticamente metade do valor apurado.
Extraoficialmente Itabira seria contemplada apenas com a construção de um novo presídio. O atual está interditado por ter sido instalado próximo da barragem da Vale no Itabiruçu. O local onde a nova unidade seria construída, área da antiga fazenda Palestina, depois do bairro Pedreira, sentido Santa Maria de Itabira, encontra entraves por rejeição das comunidades vizinhas.
“É muito pouco, e queremos saber qual o percentual do montante virá para Itabira, porque foi daqui que a Vale durante muitos anos tirou o melhor minério do país, e nada mais justo que sermos contemplados, com esses recursos,” concluiu Marco Antônio Lage.
Caso o acordo seja confirmado pelo Estado, e Itabira receba um percentual do valor, a gestão municipal considera algumas prioridades: duplicar a rodovia MG 129 que liga a BR 381, terminar o complexo de prédios com laboratórios do campus Itabira da Unifei (Universidade Federal de Itajubá), e a implantação do Parque Científico Tecnológico, para minimizar a dependência do setor extrativo mineral.
Fonte: Valor Econômico
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