A notícia de que cerca de sete milhões de testes moleculares (RT-PCR) para a covid-19 no Brasil teriam os prazos de validade estendidos fez com que muitas pessoas começassem a questionar a eficácia dos exames após os vencimentos, previstos já para o mês de janeiro. A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, seria uma alternativa para evitar o desperdício do material, e para ampliar a testagem na população. A afirmação é do importador e fornecedor de exames Diego Arruda, que aponta uma falha na logística.
“A questão não é sobre a qualidade dos testes, e sim, a maneira como são usados. Os testes RT-PCR do Ministério da Saúde precisam da máquina Lacen Fiocruz, para fazer a leitura do teste e emitir o resultado. Poucas cidades do Brasil possuem essas máquinas, que levam sete dias para analisar o material. Considerando o prazo de envio, mais o da realização da análise, e o do retorno com o resultado dá mais de uma semana. A pessoa demora saber se está com o vírus ativo ou não, e os médicos não sabem se orientam os pacientes a ficarem em isolamento ou se estão fora da fase de contaminação”, explica.
Logística de apuração
“Pode se aumentar o prazo de validade, mas, em minha opinião, vai acontecer o mesmo daqui a um tempo. As prefeituras não querem mais esses testes do Ministério da Saúde, o que precisa ser feito é uma mudança na forma de detecção”, finaliza. De acordo com o Ministério da Saúde, há mais de sete milhões de testes parados no estoque. São 2.814.500 têm data de validade que expira em dezembro; 3.979.700 vencem em janeiro de 2021; 212.900 expiram em fevereiro de 2021; e 70.800 vencem em março de 2021.
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