A baixa representatividade feminina em atividades ligadas ao agronegócio no Brasil é um grande desafio para as mulheres que atuam no segmento. Embora elas estejam cada vez mais assumindo o papel de liderança no campo, o setor é majoritariamente masculino. Em Minas Gerais, de acordo com um levantamento do Sebrae baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), apenas 5% das mulheres donas de negócios atuam no setor de agronegócios, o que representa pouco mais de 38 mil empreendedoras rurais.
Na busca por conquistar mais espaço dentro desse mercado, muitas mulheres vislumbram na formação contínua e na capacitação técnica, uma maneira de se empoderar e de se destacar na área. Joice Luiza Appelt, de 38 anos, é formada em Turismo e Hotelaria e em Educação Física, mas há 15 anos trabalha na empresa de produção de cereais da família, em Paracatu, região Noroeste de Minas. O que começou com uma substituição temporária de uma funcionária que estava grávida, aos poucos foi se tornando a sua principal ocupação.
“Na época eu trabalhava como personal trainer, professora e coordenadora do curso de educação física em uma faculdade da cidade, mas por necessidade da empresa, eu precisei substituir a funcionária do setor financeiro por quatro meses e acabei ficando”. Caçula e única mulher de uma família de três irmãos, Joice conta que aos poucos foi se encaixando dentro da empresa e tomando gosto pela profissão. Hoje, ela tem formação em gestão financeira e está terminando seu terceiro MBA na área.
Segundo Joice, apesar do setor de agronegócios ter uma cultura machista, ela afirma que não sente o peso de ser mulher no dia a dia do negócio. “Eu vejo isso mais como uma questão de poder. Dependendo da posição hierárquica em que você se encontra dentro da empresa, essa diferença não conta muito. Creio que é mais uma questão de conhecimento, voz de comando e de competência. Entretanto, se perguntar para as minhas funcionárias, muitas já passaram por isso”, salienta.
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