A depressão geralmente é uma doença devastadora, causando problemas emocionais, físicos e familiares. Pesquisas revelam que, atualmente existem no Brasil 18,6 milhões de ansiosos e 13,5% da população com sintomas de depressão. “A depressão muitas vezes é confundida com tristeza, mas precisamos ficar alertas porque geralmente temos episódios de tristeza devido a uma notícia ruim, a uma perda de um ente querido, o que é normal. Mas, a depressão é algo que afeta o nosso dia a dia, o nosso convívio social e os relacionamentos”, explica a psiquiatria Kelly Robis.
A especialista que também é professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Minas, revela que a depressão, em muitos casos, pode afetar diretamente os relacionamentos amorosos e, sem a busca de ajuda de um profissional, pode levar ao término. “Quando um dos parceiros está deprimido é preciso intervenção medicamentosa e, claro, terapia. O relacionamento pode ser afetado, seja porque a depressão pode levar a pessoa a ter pouco interesse por elementos da vida cotidiana, ou dificuldade de assertividade”, ressalta a psiquiatria.
Dados internacionais apontam que os Transtornos Afetivos, além de terem uma prevalência de, aproximadamente, 11,3% da população, são uma das doenças que mais geram perdas sociais e nos relacionamentos familiares. A convivência é modificada porque se perde a estabilidade emocional, causando um estranhamento mútuo. A pessoa com depressão e que está em um relacionamento pode apresentar picos de agressividade, alterações de humor, desinteresse sexual, desânimo para atividades de lazer, apatia diante de tarefas domésticas, desleixo e baixa autoestima.
Situações comuns no dia a dia dos pacientes com depressão, podem desgastar a relação. A psiquiatria ressalta que cada caso precisa ser analisado, mas a ajuda do companheiro e da família é essencial na recuperação do paciente. “Isso leva a uma perda de qualidade de vida. Há um sofrimento mútuo. A pessoa deprimida não deixou de amar, mas pode estar com dificuldade de se expressar e de demonstrar empolgação pela vida, não é uma escolha da pessoa em dizer: agora vou ficar deprimida. O carinho, o amor e um tratamento adequado são essenciais”, conclui Kelly Robis.
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