Educação sexual é tema de enorme relevância, especialmente quando se trata da condição humana, em todas as fases da vida. Nesta quarta-feira (4) se celebra o Dia Mundial da Saúde Sexual, data que, segundo a médica ginecologista e obstetra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dra. Ana Elisa Chaves, é usada para difundir o conhecimento nas diferentes gerações. A saúde sexual é vista, muitas das vezes, como um tema exclusivo para adultos, mas que, na verdade, abrange todas as etapas da vida, desde a adolescência até a terceira idade. De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde sexual é um estado de bem-estar físico, emocional e social.
A necessidade de esclarecer sobre o tema torna-se ainda mais evidente, ao se analisar dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). No Brasil, mais de 30% dos nascimentos vêm de mães adolescentes. “A saúde sexual e reprodutiva deve ser tema de conversa entre pais ou responsáveis legais e seus filhos. Jovens e adolescentes enfrentam impactos físicos e psicológicos durante a puberdade, e o apoio familiar e profissional, são essenciais para superar os conflitos desta fase. É necessário estimular o autoconhecimento, a autoaceitação e a construção de um ambiente respeitoso e acolhedor”, comenta a médica da FSFX.
Além da gravidez na adolescência, outro desafio é o aumento das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), em todas as idades. É crucial educar a população sobre a saúde sexual. “Esse tema deve estar presente na vida dos jovens muito antes do primeiro contato sexual. A educação é o melhor caminho para evitar situações que expõem a perigos. Os principais benefícios dessa abordagem são: prevenção das ISTs, incentivo ao uso do preservativo nas relações sexuais, prevenção da gravidez precoce, e proteção contra abusos, uma vez que, a educação sexual promove o conhecimento correto sobre o corpo, as noções de intimidade e consentimento”, ressalta a Dra. Ana Elisa.
A educação sexual faz parte do desenvolvimento humano desde o nascimento. Ao abordá-la, se transmite informações sobre saúde, corpo, responsabilidade, consentimento, sentimentos e diversidade. Assim como o restante do corpo, os órgãos sexuais passam por transformações. A sexualidade na terceira idade apresenta desafios relacionados ao envelhecimento, sendo a principal, a invisibilidade sobre o assunto. “O envelhecimento é uma etapa natural da vida e, por isso, é importante tratar a vida sexual nesse processo de forma natural”, reforça a especialista da FSFX. Após os 60 anos, o tema enfrenta ainda mais obstáculos, pois a sexualidade continua a ser uma parte importante da vida.
“Ignorar essa questão pode prejudicar os idosos que desejam manter uma vida sexual saudável. Tanto homens, quanto mulheres experimentam mudanças corporais e na resposta sexual com o passar dos anos. Infelizmente, o exercício da sexualidade na terceira idade é pouco discutido, estudado e abordado. A crença coletiva de que pessoas mais velhas não têm sexualidade é mito. Nosso estilo de vida impacta diretamente a sexualidade ao longo do envelhecimento. Negligenciar esse aspecto pode impactar diretamente a qualidade de vida. O autocuidado emocional é o ponto de partida para uma mente saudável, e o seu reflexo na saúde sexual”, declara a médica.
O tema não se resume apenas à ausência de doenças, disfunções ou enfermidades, mas sim à capacidade de alcançar o bem-estar. Porém, isso depende de vários fatores, como o acesso à informação sobre sexualidade, o conhecimento dos riscos, a conscientização sobre as consequências da atividade sexual, importância de uma alimentação saudável, prática regular de atividade física, sono de qualidade e gerenciamento do estresse. “Ansiedade, preocupações excessivas e tensão persistente podem criar uma barreira emocional que afeta a vida sexual, prejudicando a qualidade das experiências íntimas”, pontua a ginecologista e obstetra da FSFX.
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