Minas Gerais pode ter aumento de 37% na incidência de câncer de pele não melanoma e melanoma no triênio 2023-2025; dermatologista alerta para os cuidados com a prevenção
Conforme estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de novos casos de câncer de pele não melanoma – estimados para o ano de 2024 – será de aproximadamente 220.000, em todo o Brasil. Para Minas Gerais, entre 2023 e 2025 , a previsão é que surjam mais de 26 mil novos casos da neoplasia de pele não melanoma e 900 registros de melanoma por ano. Para conscientizar a população, foi instituída a campanha do Dezembro Laranja pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Este ano o tema é “Seu sol, sua pele, sua proteção”.
O objetivo da ação é promover a conscientização da população sobre a doença, enfatizando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. “O câncer de pele é o tipo mais frequente de neoplasia em nosso país. Os principais são: o carcinoma espinocelular (CEC), o carcinoma basocelular (CBC), também chamados de câncer de pele não melanoma e o do tipo melanoma”, ressalta a dermatologista do Hospital Vila da Serra, em Belo Horizonte, dra. Cristiane Cárcano. De acordo com o estudo “Estimativa da Incidência do Câncer-2023/2025”, do Inca, o número de novas ocorrências de câncer de pele melanoma no Brasil, por ano, é de 8.980, sendo que a Região Sudeste registrará 4.580 episódios da doença.
O carcinoma espinocelular (CEC) e o melanoma podem provocar metástases à distância, e estão associados ao maior número de mortes relacionadas ao câncer de pele. Os principais fatores de risco para o câncer de pele não melanoma são:
- Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou sensíveis à ação dos raios solares;
- Pessoas com história pessoal ou familiar deste câncer;
- Pessoas com doenças cutâneas prévias;
- Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol;
- Exposição prolongada e repetida ao sol; e
- Exposição a câmaras de bronzeamento artificial.
Os sinais e sintomas são muito variáveis. Mas, de uma maneira geral, alguns indicativos de alerta são: a mudança na aparência de manchas de nascença, o crescimento rápido de alguma pinta ou de uma lesão de pele nova, a mudança na coloração ou na textura de um sinal ou de uma pinta. “Os cânceres de pele não melanoma podem se manifestar como feridas na pele que não cicatrizam, ou lesões que estão aumentando de tamanho ao longo do tempo. A detecção precoce é fundamental, pois as chances de cura aumentam significativamente quando tratado em sua fase inicial”, explica Dra. Cristiane.
As principais medidas de proteção são: usar chapéus, camisetas, óculos escuros; cobrir as áreas expostas ao sol com roupas apropriadas; evitar a exposição solar entre 10 e 16 horas; usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar o protetor solar diariamente e intensificar o uso nos momentos de lazer ao ar livre. Observar regularmente a própria pele à procura de pintas ou sinais suspeitos; manter bebês e crianças protegidos do sol. Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
Como escolher corretamente o filtro solar
A dermatologista explica que ao escolher um protetor solar, o ideal são os produtos que tenham proteção contra as radiações UVA e UVB e fator de proteção solar (FPS) de 30, no mínimo. É importante reaplicar o protetor solar a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Utilizar também um filtro solar próprio para os lábios.
“Todos os protetores solares são eficazes, mas algumas pessoas vão necessitar de produtos especiais, como para pele oleosa (busque por produtos oil control ou com controle de oleosidade), para áreas com pelos deve-se usar protetor solar em spray, para pessoas com pele sensível ou alérgicas pode-se utilizar os produtos com filtros físicos, sem perfume e sem potenciais irritantes. Crianças devem utilizar o protetor solar a partir dos 6 meses de idade, preferencialmente os produtos destinados para essa faixa etária”, conclui.
Deixe um comentário