Cresce nota do Enem de estudantes atinguidos pela desigualdade racial

Foto: Arquivo

A diferença na nota média do Exame Nascional do Ensino Médio (Enem) de estudantes pretos, pardos e indígenas (PPIs) concluintes do Ensino Médio, na comparação com a nota média dos demais, cresceu entre 2013 e 2021, nas redes pública e privada. O aumento da desigualdade foi de 44% no ensino público. As informações são do relatório: “Oportunidades educacionais de estudantes concluintes do Ensino Médio”, dos pesquisadores Flavio Carvalhaes, Melina Klitzke, Daniel Castro e Tiago Bartholo.

“O aumento da desigualdade de desempenho é ainda mais grave quando lembramos que, durante o período analisado, houve uma diminuição geral na Taxa de Inscritos no Enem associada a uma mudança no perfil dos estudantes, com diminuição da participação de estudantes de nível socioeconômico mais baixo e alunos pretos e pardos. Com um Enem mais elitizado, a hipótese formulada pelos pesquisadores indicava uma diminuição das desigualdades na nota média, mas não é o que os dados sugerem”, explica Tiago Bartholo.

O estudo identificou que estudantes PPI têm maior possibilidade de atingir nota não competitiva, que impossibilita de credenciar em universidades por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSu). Se no conjunto destes estudantes concluintes é de 28% para o ano de 2021, entre jovens PPI o indicador alcança 32%. Para chegar às conclusões, os pesquisadores compararam o desempenho no Enem de quem concluiu o Ensino Médio com a média das notas dos classificados nos cursos participantes do SiSu.

“A partir de 2021, o Ministério da Educação disponibilizou publicamente bancos de dados com todas as notas dos candidatos no Enem que foram classificados em cursos participantes do SiSu. Nós podemos comparar as notas dos candidatos e dos aprovados e classificar as notas das menos para as mais competitivas. Os dados possibilitaram, de forma inédita e precisa, que chegássemos a respostas para perguntas importantes como: o que é uma nota boa no Enem? Quem as alcança?”, explica o pesquisador Flavio Carvalhaes.

 

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