Alerta sobre o uso excessivo de telas por crianças e adolescentes

Foto: Divulgação/ABORL-CCF

A exposição excessiva às telas pode resultar em atrasos no desenvolvimento da fala e linguagem em crianças. Esse é o principal alerta que o Departamento de Foniatria da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) faz em nota técnica publicada nesta segunda-feira (9), na entidade médica. Neste documento, especialistas trazem recomendações sobre o uso de dispositivos eletrônicos, como celular, tablets, televisão e equipamentos afins, durante a infância e a adolescência. Fonitaria é uma sub-área da Otorrinolaringologia responsável por diagnosticar distúrbios de linguagem humana e comunicação.

De acordo com os especialistas da área, a linguagem, considerada o sistema mais complexo dos seres humanos, é moldada desde os primeiros anos de vida por padrões universais de percepção e produção de fala, por exemplo. Além disso, as experiências sociais e sensoriais também ajudam a formar o desenvolvimento cognitivo e linguístico de bebês e crianças. As crianças observam, rastreiam, imitam e analisam as pistas sensoriais, quanto a forma como os pais ou cuidadores interagem, incluindo a quantidade e a qualidade da fala, das brincadeiras e da leitura para a criança. Tudo isso afeta diretamente o desenvolvimento da linguagem nos primeiros três anos de vida.

Essas atividades, quando realizadas sozinhas, com pais, amigos ou na escola, são fundamentais e estão de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). “A percepção auditiva das crianças menores de cinco anos difere dos adultos, devido à imaturidade do sistema auditivo. Este período inicial é crítico para o desenvolvimento da linguagem, sendo fundamental a exposição sem ruídos de fundo para a construção eficaz de “mapas” cerebrais dos sons das palavras”, informa a coordenadora do Departamento de Foniatria da ABORL-CCF, Dra. Mônica Elisabeth Simons Guerra. Diante das telas, as crianças têm menos oportunidades de interagir com as pessoas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *