Rastreamento genético oferece prevenção personalizada para pacientes

Análise de DNA. Fonte: Olhar Digital

Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, o mais incidente nas mulheres no Brasil. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número estimado de casos novos no país, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 por ano. Com a proximidade da data, a prevenção ganha destaque e, dentre as estratégias disponíveis, há uma que ainda é pouco conhecida e pode salvar vidas: o rastreamento genético.

“A chance de um câncer de mama esporádica ocorrer em uma mulher é de 12% até os 90 anos. O rastreamento populacional visa detectar esse tipo de tumor, que geralmente ocorre pela idade e hábitos de vida, sem ter tanta influência genética da família”, explica o Dr. José Claudio Casali da Rocha, Head (líder) de Oncogenética (área de conhecimento dedicada ao estudo dos aspectos moleculares, celulares, clínicos e terapêuticos).

Sabe-se que a prevenção e o diagnóstico precoce são aliados do tratamento do câncer. Dados do Observatório do Câncer mostram que houve um aumento da probabilidade de sobrevida global estimada em cino anos no período de 2000 a 2017. O valor foi de 83,2%, nos primeiros quatro anos, para 93,6% nos últimos 3 anos. Esse resultado reflete as inovações e novas descobertas científicas que podem ser oferecidas aos pacientes.

Cerca de um em cada 10 casos de câncer de mama causado predominantemente por genes de predisposição familiar que podem aumentar o risco de quem é portador. Os testes genéticos feitos na saliva, por swab oral (cotonete estéril), ou no sangue podem detectar a mutação de risco de câncer hereditário e o rastreamento genético pode identificar os familiares que devem seguir programa de prevenção adequado aos riscos.

O teste consiste em identificar o painel genético a partir do DNA do paciente, extraído de exame. No laboratório, são analisados os principais genes associados com risco oncogenético. “Com os painéis de câncer hereditário, é possível estudar dezenas a centenas de genes comuns – os raros e os ultrarraros. Eles explicam cerca de 40% dos casos de câncer de mama antes dos 40 anos”, completa o especialista.

O painel do câncer hereditário inclui a análise dos principais genes associados com risco oncogenético e serve para direcionar a melhor prevenção. “Algumas preferem só acompanhar com exames semestrais. Temos pacientes com alto risco que optaram por ter seus filhos primeiro, amamentaram e só depois quiseram fazer a mastectomia. Hoje em dia, todas as alternativas são possíveis”, descreve o médico José Claudio Casali.

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