Jhenifer Tais Chaves Silva tem 28 anos e mora no bairro Santa Ruth. Ela é casada e mãe de dois filhos, e neste ano ela realizou dois sonhos: comprar uma moto e abrir o próprio negócio. Além de ajudar na cozinha do bar da mãe, Jhenifer agora faz salgados por encomenda e vibra com boas vendas, lucrando mais de R$ 500 em um único dia. Atualmente, se considera empreendedora, capaz de garantir o próprio sustento e o conforto da família. Uma das mais de quatro mil titulares que recebem a Facilita, primeira moeda social de Minas Gerais.
O projeto também possibilita a contratação do Facilita Trabalho, programa de geração de renda voltado às chefes de família na faixa da pobreza e extrema pobreza. Cerca de 150 mulheres já estão atuando nesta plataforma. A empreendedora Jhenifer Tais atribui as suas conquistas ao sucesso do programa municipal de combate à pobreza, política pública criada em 2021, na pandemia, e que se consolidou como um dos maiores programas de transferência de renda, impactando, na atualidade aproximademnete 15 mil pessoas.
Mensalmente, os beneficiários recebem R$140 por meio de um cartão, para compra de gêneros alimentícios, produtos de higiene, limpeza e gás de cozinha. E pode ser usado nos mais de 60 comércios cadastrados, injetando mais de R$ 14 milhões na economia local nestes dois anos de funcionamento da moeda social eletrônica. A concessão dos cartões é coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), para inseridos no Cadastro Único (CadÚnico), ou seja, a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.
Técnicos analisam individualmente a concessão do benefício. Uma das exigências e a renda mensal de até R$ 218 por núcleo familiar. Classificação definida no CadÚnico norteia a avaliação sobre os beneficiários atendidos. “É muito satisfatório saber que estamos cuidando das pessoas e proporcionando nova realidade a elas. Implementamos uma política pública que funciona de verdade, de forma inovadora, uma moeda social, que é fruto do trabalho e da visão de amparo de toda equipe da Prefeitura”, afirma o prefeito Marco Antônio Lage.
Em 2022 foi identificado que quase 90% das famílias são chefiadas por mulheres. Então, foi criado o programa Facilita Trabalho, com o objetivo de garantir emprego e renda para as mulheres que recebem a moeda social. Jhenifer foi uma das contempladas nesse programa. O Facilita Trabalho incentiva a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho e a capacitação profissional através de cursos, com parceiros da iniciativa. Elas são contratadas durante um ano, pela Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Itabira (APMII).
A entidade parceira possibilitam as atendidas a trabalhar meio período com salário de R$ 660 (meio salário mínimo). No contraturno, a APMII oferta curso de qualificação. Ao todo, o programa já atende 150 mulheres, sendo 50 capacitadas em panificação, salgados, doces e quitandas e outras 100 em curso para atividades de auxiliar ambiental e de serviços gerais. Nesta quinta-feira (21), às 16h, no Auditório da Aposvale, as 50 primeiras mulheres que integraram o Facilita Trabalho receberão o certificado de conclusão do curso.
De acordo com a gestora da SMAS, Nélia Cunha, muitas mulheres estão sendo encaminhadas para o mercado de trabalho depois de se formarem no programa Facilita Trabalho. “Essa é uma política de desenvolvimento das pessoas. Elas tiveram a oportunidade do primeiro emprego de carteira assinada, capacitação e agora são empoderadas e independentes”, destaca a secretária. Somente neste ano, quase 500 beneficiários deixaram de precisar da moeda Facilita para sobreviver, superando a rota da pobreza.
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