Empresas de pacotes de viagens estão com dificuldades em atender demanda

Foto: Freepik

O setor de turismo anda mais aquecido do que nunca, com muita gente querendo viajar. Mas a grande procura por destinos turísticos não foi suficiente para evitar as crises que empresas que vendem pacotes estão passando. Segundo o coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) Ahmed El Khatib, ao contrário de empresas que cobram uma taxa dos hotéis e das pessoas físicas para aparecerem em suas vitrines de negócios, o Hurb, é um intermediário que recebe o dinheiro do hóspede, pagando seus fornecedores depois de receber e da viagem ser realizada.

“A Hurb também adotou a arriscada estratégia de oferecer pacotes a preços muito baixos, quase simbólicos. Vendia, por exemplo, um pacote de mil reais para sete dias, a ser utilizado pelos clientes quando no mundo normal. A ideia do Hurb foi oferecer esse tipo de promoção para reforçar o caixa no curto prazo, imaginando que encontraria um ponto de equilíbrio financeiro quando o turismo global fosse retomado. Mas a inflação acumulada do período fez o preço das passagens e hospedagens aumentar muito e agora não é possível honrar os compromissos. Hotéis passaram a recusar as reservas”, relembra o docente.

A 123milhas, em 2022, por exemplo, era um dos sites de viagens mais acessados do país, e teve problemas com o Procon por conta de passagens e pacotes que simplesmente sumiram. “Esse modelo de compra de passagens aéreas e pacotes flexíveis foi uma operação bastante agressiva, baseada na combinação de preços baixos e no alto investimento em marketing. Esse modelo de negócio é uma espécie de venda a descoberto, isto é, quando as empresas vendem pacotes com muita antecedência da viagem, acima de um ano, o que faz com que o cliente não receba de imediato a confirmação e os bilhetes aéreos”, explica.

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