MPMG: programa aborda tragédias em Mariana e Brumadinho

Alexandra Andrade, presidente a Avabrum, e Jacira Costa, da diretoria

Com objetivo de tratar de temas ligados ao Meio Ambiente de forma leve e informativa, foi lançado na quinta-feira (10) o podcast Meu Ambiente, na Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte. O projeto é da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), apresentado pela jornalista e advogada Patrícia Diou. O primeiro episódio abordou os rompimentos das barragens em Brumadinho e Mariana.

O evento contou com participação dos convidados Alexandra Andrade, presidente da Avabrum (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho); Daniela Arbex, jornalista e escritora do livro “Arrastados: os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho, o maior desastre humanitário do Brasil”; e Jarbas Soares Júnior, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais.

“É uma oportunidade de contar tudo o que vivemos desde o dia 25 de janeiro de 2019, e um pouco também da nossa luta, que tem a ver com a questão ambiental: em Brumadinho, o meio ambiente foi muito impactado, além das 272 vítimas fatais”, disse Alexandra Andrade. A presidente da Avabrum explicou que a saúde dos familiares das vítimas está abalada, e contou que a maioria adoeceu e passou a fazendo tratamento psicológico.

Ela, ao ser questionada, sobre o sentimento dos familiares, por conta da demora no processo judicial. “A impunidade não pode ser precedente para o crime tornar-se recorrente. Infelizmente, se, em Brumadinho, não houver punição das pessoas responsáveis, e das empresas, vai acontecer de novo”. O bate-papo buscou debater várias perguntas e ainda abordou a questão das indenizações.

“As pessoas acham que, porque teve a indenização, o sofrimento, a dor e a saudade acabaram. Nós temos familiares que estão morrendo de tristeza!”, contou Alexandra. Questionada sobre fraudes em pedidos de indenizações, ela criticou, lembrando que foi um crime brutal e cruel e três vítimas ainda não foram encontradas. “O que a gente pede quando conversa com o Governo é que reforce a fiscalização”, afirmou.

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