Saúde auditiva requer cuidados na intensidade e tempo de exposição ao som

Foto: Divulgação

Ouvir sua música favorita no fone de ouvido pode ser um hábito prazeroso e relaxante e, quando se trata de Rock a tendência é elevar o volume quase que instantaneamente. O especialista alerta que fone de ouvido e intensidade de som pode ser uma combinação não muito favorável para a saúde auditiva. Fazer uso de um fone de ouvido é como se desconectar do mundo sem se preocupar com que acontece em volta, entretido apenas em um filme, música ou podcast, por exemplo. Entre os itens indispensáveis para quem vive na era home office, o aparelho deixou de ser um equipamento para uso, apenas, nas horas de relax e os inúmeros modelos disponíveis no mercado oferecem formatos, funções, potências e preços variados.

Por outro lado, como o som fica muito próximo da orelha, vai diretamente até o tímpano provocando uma pressão maior. Segundo o otorrinolaringologista e professor do curso de medicina, Alexandre Cury, o limite de som está correlacionado ao tempo de exposição que, se ultrapassado, pode causar perda auditiva a médio ou longo prazo. O ouvido humano tem mecanismos de proteção contra sons altos em curto período de exposição. Logo, sons acima de 60 e 65 decibéis tornam-se desconfortáveis e acima de 80 decibéis, são potencialmente lesivos para a audição, já que, uma vez destruídas, as células auditivas não podem ser recuperadas. Quanto mais intenso for o som, menor deve ser o tempo de exposição.

“A exposição contínua em níveis altos pode causar danos permanentes. Isso ocorre porque as células sensoriais no ouvido interno podem ser danificadas pelas ondas sonoras intensas. A perda auditiva por ruído é uma condição irreversível e pode afetar significativamente a qualidade de vida”, esclarece Alexandre Cury. As células nervosas que levam os sinais elétricos, correspondentes aos sons, até o cérebro, têm um revestimento chamado mielina. Quando os ruídos estão muito elevados, danifica essa camada, o que pode diminuir a eficiência de proteção fazendo com que ocorra a perda da audição gradativamente. Se os limites de decibéis foram ultrapassados, não se desespere, há exames que ajudam a identificar com precisão a deficiência auditiva.

O exame audiométrico, realizado por um médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo, tem como objetivo avaliar a capacidade do paciente em ouvir ou reconhecer os sons. É por meio dele que o profissional identifica e indica o tratamento adequado de acordo com o grau diagnosticado. Ainda sobre os hábitos diários, o especialista alerta quanto ao uso de hastes flexíveis de algodão ou qualquer outro objeto na higiene dos ouvidos, pois são instrumentos largos que empurram a cera para o interior da orelha, aumentando o risco de infecções, portanto não devem ser utilizados. O médico dá referência dos níveis de ruído e tempo indicado para exposição:

Nível de ruído comparado ao tempo de exposição diária

  • 85 dB – 8 horas
  • 90 dB – 4 horas
  • 100 dB – 1 hora
  • 110 dB – 15 minutos

Referências

  • Uma conversa em voz normal = 40 dB
  • Trânsito congestionado = 80/90 dB
  • Banda de Rock = 100 dB
  • Automóvel = 60/70 dB
  • Motocicleta = 85 dB

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