Apesar de proibido, aumenta consumo de cigarros eletrônicos

Foto: Agência Brasil

Os cigarros eletrônicos são proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, mas essa proibição não impede o consumo no país. De acordo com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), tem acontecido exatamente o oposto: houve crescimento nos últimos quatro anos.  Pesquisa aponta também que cerca de 6 milhões de adultos fumantes afirmam que já experimentaram cigarro eletrônico, o que representa 25% do total de fumantes de cigarros industrializados, um acréscimo de 9 pontos percentuais em relação a 2019.

Os dados, divulgados em abril de 2023, apontam que 2,2 milhões de adultos (1,4%) afirmaram ter consumido cigarros eletrônicos até 30 dias antes de responder a pesquisa. Em comparação com 2018, primeiro ano em que o levantamento foi feito, o número era de 0,3% na população adulta, com menos de 500 mil consumidores. Os vaporizadores ou produtos de tabaco aquecido, que são conhecidos popularmente como cigarros eletrônicos, não são produtos inócuos, mas, quando regulamentados, podem ser alternativas de risco reduzido para adultos fumantes em relação aos convencionais.

A experiência internacional demonstra que esses dispositivos podem reduzir as consequências associadas ao tabagismo. Em setembro de 2022, o Ministério de Saúde Inglês reafirmou que os vaporizadores são 95% menos prejudiciais do que os cigarros comuns, ou 20 vezes menos nocivos. E em março de 2023, iniciou o projeto intitulado ‘trocar para parar’ com fornecimento de vaporizadores para auxiliar um milhão de adultos fumantes a abandonar o fumo. Assim como a Anvisa, há alguns anos, a população também não tinha conhecimento suficiente sobre o cigarro eletrônico.

“Temos uma infinidade. E, o que já foi comprovado em vários estudos, é que a principal diferença entre o cigarro convencional e o cigarro eletrônico é que no dispositivo eletrônico não há combustão e, consequentemente, não há queima do tabaco, portanto as centenas de substâncias potencialmente tóxicas provenientes da fumaça se transformam em menos de cinco no aerossol do vaporizador. Essa diferença discrepante não pode ser ignorada, principalmente por se tratar de um assunto de saúde pública”, explica a farmacêutica Alessandra Bastos. Quase 90% das pessoas sabem sobre cigarro eletrônico.

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