Depois de quadrimestre em alta, demanda por crédito do consumidor recua 1,6%

O indicador da Boa Vista de demanda por crédito do consumidor recuou 1,6% entre os meses de janeiro e fevereiro na comparação dos dados dessazonalizados. O resultado interrompeu uma sequência de quatro avanços na mesma base de comparação, mas não reverteu a tendência recente de alta, tanto que foi observado um aumento de 2% no trimestre encerrado em fevereiro, em comparação ao trimestre imediatamente anterior, de setembro a novembro de 2022. No acumulado em 12 meses o indicador aponta alta de 3,3%

Na série de dados originais, o aumento de 9,5% na comparação interanual não foi suficiente para reverter a tendência de crescimento desacelerado do indicador na análise de longo prazo, que passou de 3,8% em janeiro para 3,3% em fevereiro no acumulado em 12 meses. No mês, as aberturas do indicador caminharam na mesma direção, mas a diferença de magnitude nas variações ainda chama mais atenção. Enquanto no segmento “Financeiro” a queda foi de 0,7%, no segmento “Não Financeiro” a retração foi de 2,2%.

Na comparação interanual o quadro foi bem diferente. No segmento “Financeiro” o número de consultas aumentou em 23,8% e no segmento “Não Financeiro” foi observada uma leve queda de 0,2% em fevereiro. Na análise de longo prazo o crescimento no segmento “Financeiro” continua em desaceleração, passando de 15,5% em janeiro para 15,3% na aferição atual, enquanto o segmento “Não Financeiro” se encontra numa trajetória acelerada de queda, agora de 4,7% ante 4,0% até o mês de janeiro.

“No segmento ‘Financeiro’ esse processo tem sido mais devagar, mas ele pode ficar mais nítido a partir do 2º trimestre deste ano. Internamente o risco de inadimplência ainda é elevado em função do cenário econômico adverso e as notícias que vem de fora não são muito animadoras. A reversão dessa tendência é, por ora, muito remota. De um lado os juros e o comprometimento da renda elevado devem esfriar a demanda, enquanto de outro os riscos tendem a limitar um pouco a oferta de crédito” diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.

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