Onze médicos de Itabira recebem capacitação para identificar doadores de órgãos e tecidos

Salomón Rojas

Neste domingo (5), no no Hotel It, o MG Transplantes, unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), ofereceu a onze médicos de Itabira, dos hospitais Nossa Senhora das Dores (HNSD), Municipal Carlos Chagas (HMCC), e do Pronto Socorro Municipal de Itabira (PSMI) curso sobre o protocolo de morte encefálica (ME). A capacitação feita pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

O curso teve o objetivo de divulgar o conceito de ME e, consequentemente, aumentar os transplantes, reduzindo a lista de espera. A partir dessa ação, será possível implantar em Itabira o protocolo de ME, facilitando a identificação de potenciais doadores de órgãos e tecidos. Um dos participantes, o médico intensivista Juliano Ferreira, disse que o profissional pode não dar o diagnóstico pela falta de conhecimento.

“Desde a última atualização da lei que regula a Determinação de Morte Encefálica no Brasil, para se determinar essa causa em um paciente, são necessárias as avaliações de dois médicos diferentes, especialistas e, que, obrigatoriamente, têm o curso para isso. No ano passado, tivemos quatro pacientes com provável morte encefálica aqui em Itabira, para os quais não pudemos abrir e finalizar esse protocolo”, explicou o participante.

Em Itabira, atualmente, apenas uma médica possui a qualificação, o que impossibilita o maior diagnóstico de ME. “Esse curso tem a intenção de que sejamos treinados para identificar um paciente em morte encefálica, abrir e encerrar adequadamente o protocolo aqui mesmo na cidade, sem a necessidade de se transferir o paciente”, salientou o médico intensivista.

“Estamos muito felizes com esta possibilidade. Além de conseguirmos mais vidas por meio da doação de órgão, com a implantação desse protocolo reforçamos o planejamento do prefeito Marco Antônio Lage de consolidar Itabira em um polo macrorregional de saúde pública”, comemorou a gestora da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Clarissa Santos Lages, que também é profissional de medicina.

“Foi um privilégio compartilhar com os colegas minha experiência, porque será um chute inicial no diagnóstico de morte encefálica aqui na região. Acredito que nós teremos ainda uma virada de página para melhorar o diagnóstico de morte encefálica e, com isso, poderemos aumentar as doações de órgãos”, finalizou Salomón Rojas, médico instrutor do curso.

Médico instrutor do curso

Basicamente o protocolo de ME, contempla a execução de dois exames clínicos, um teste de apneia e um exame complementar comprobatório, e devem ser realizados por dois médicos diferentes, não envolvidos com as equipes que fizeram o atendimento ao paciente, ou que atuaram no procedimento transplantador. O evento foi voltado para intensivistas e neurologistas.

Fotos: Prefeitura de Itabira

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