Para entender os impactos psicológicos do diagnóstico do câncer nos cônjuges de pacientes oncológicos, cientistas europeus desenvolveram um estudo que analisou o comportamento de mais de três milhões de pessoas e, durante nove meses, acompanharam de perto a rotina de pacientes e seus parceiros. Ao longo desta jornada, foram analisados os riscos desses acompanhantes apresentarem quadros de distúrbios psiquiátricos, como transtornos por uso de substâncias, transtornos depressivos, transtornos de ansiedade e transtornos relacionados ao estresse.
Ainda segundo os pesquisadores, a análise mostra que este grupo de pessoas deve ser incluído na vigilância e aconselhamento de pacientes com câncer. No Brasil a realidade não é diferente. Diante de um número de novos casos que cresce a cada ano e com estimativa de alcançar 704 mil novos casos por ano até 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a saúde mental de quem convive com o paciente oncológico requer atenção, para acompanhar as mudanças e sentimentos de medo e ansiedade que acompanham o tratamento.
Ao final do trabalho, o estudo, publicado em janeiro deste ano, revelou que 6,9% dos cônjuges de pacientes com câncer desenvolveram algum tipo de transtorno psiquiátrico durante o acompanhamento, em comparação com 5,6% dos cônjuges de indivíduos sem câncer. “Um diagnóstico de câncer nunca é fácil. Além de severamente estressante para os pacientes e seus familiares, ele acomete uma carga emocional e física que vai desde o diagnóstico, passando pelo tratamento, até a progressão ou não da doença “, observa a médica rádiooncologista, Rosa Naja.
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