O Brasil é um país com dimensões continentais, oscilando entre regiões extremamente populosas, até locais remotos e de difícil acesso, característica que afeta diretamente diversos fatores, entre eles o acesso à serviços de saúde. Nessas regiões mais distantes, ainda é comum a atuação de parteiras para auxiliar os partos e nascimentos. Considerada a profissão mais antiga do mundo, as parteiras tradicionais são mulheres que atuam no cuidado com a gestante, partos e pós-partos normais de baixo risco, sendo em muitos casos, a única opção para mulheres residentes em regiões de difícil acesso a hospitais.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), mesmo com a maioria dos partos do país ocorrendo em ambiente hospitalar, o parto e nascimento domiciliar, assistidos por parteiras tradicionais, seguem presentes, sobretudo, nas áreas rurais, ribeirinhas, de floresta e em populações quilombolas e indígenas. De acordo com o órgão, estima-se que existam no Brasil cerca de 60 mil parteiras, assistindo aproximadamente a 450 mil partos por ano, sendo responsáveis por 20% dos nascimentos na área rural, percentual que chega ao dobro nas regiões Norte e Nordeste.
O tema ganha relevância na semana em que é celebrado o Dia da Parteira Tradicional, incluído no calendário nacional em 2015, comemorado em 20 de janeiro, a homenagem é baseada na celebração do aniversário de Juliana Magave de Souza, que já teria realizado cerca de 400 partos. Diferente da parteira, o médico obstetra pode diagnosticar patologias, realizar cirurgias cesarianas e prestar assistência ao parto normal de baixo e alto risco, além de situações cirúrgicas. A humanização também é essencial para evitar a violência obstétrica e compõe diversas vantagens para saúde e vínculo da mãe e do recém-nascido, entre eles:
Autonomia para escolher como passar pelo trabalho de parto;
Redução dos níveis de ansiedade e estresse;
Uso de técnicas não farmacológicas para o alívio da dor como banho quente e massagens;
Liberdade de movimentos; e
Redução dos riscos de infecção.
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