Índice aponta país como o pior em destinação de recursos para o bem-estar da população

A arrecadação de tributos no Brasil é grande, mas, em contrapartida, o retorno do que é gerado não chega à sociedade de maneira adequada. Isso é o que mostra o resultado da 11ª edição do Índice de Retorno de Bem-estar à Sociedade (Irbes), feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que leva em consideração os 30 países com a maior carga tributária. Desde a primeira edição do estudo, realizada em 2011, o Brasil permanece na última colocação.

O cálculo do Irbes é obtido a partir da somatória da carga tributária em relação ao PIB (ponderado com peso de 15% de importância) com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ponderado com peso de 85% de importância e relevância. Os dados da carga tributária, que é a arrecadação em relação ao PIB, foram obtidos junto à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Já o os números do IDH vêm do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Ambos são referentes a última atualização disponível, que é do ano de 2020. A permanência do país na última posição do índice mostra que os tributos pagos continuam sendo mal aplicados. Para o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, é preciso destinar de forma mais assertiva e qualitativa o orçamento brasileiro.

“É essencial utilizar melhor os recursos arrecadados e aplicá-los em investimentos que possam trazer melhoria efetiva na qualidade de vida da população. O valor que o Brasil destina atualmente para investimentos que tragam crescimento no IDH é muito baixo. Certamente, se existisse uma melhor aplicação das receitas públicas oriundas dos tributos, isso se refletiria em um bem-estar social muito mais elevado”, ressaltou João Eloi Olenike.

Dentre os 30 países que fazem parte do estudo, o Brasil é o que apresenta o pior IDH, com 0,758. Enquanto isso a Irlanda, primeira colocada, tem 0,943. O IDH tem o objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico do país, atingido através da qualidade de vida oferecida à população. A realização de investimentos no Brasil pode ter significativo impacto para a melhoria da qualidade de vida da população, mas existem diversos fatores que acabam interferindo nisso.

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