Novembro Laranja: especialista mostra como tratar zumbido no ouvido

Otorrinolaringologista Gláucia Maria Vasconcelos Severiano

O zumbido é uma percepção auditiva sem que haja uma fonte sonora externa, ou seja, é um som produzido dentro do próprio organismo. Não é uma doença e sim um sintoma que pode estar associado a várias causas. A campanha nacional “Novembro Laranja, tem o objetivo de chamar a atenção sobre a importância da saúde auditiva, conscientizando sobre o zumbido e outras condições, assim como o diagnóstico precoce, e tratamentos da perda de audição. O zumbido prejudicaa qualidade de vida. Pesquisa publicada pela revista científica “Jama Neurology” revela que o sintoma é uma condição que afeta mais de 740 milhões de pessoas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o zumbido afeta 28 milhões de pessoas. O sintoma é um dos problemas mais complexos do sistema auditivo. Por ter várias causas, é preciso fazer uma análise minuciosa, para identificar a origem. “Cada indivíduo tem uma percepção de zumbido. Muitos relatam sons de chiado, assobios, sons de abelha, cigarra, que podem ser percebidos em um ou nos dois ouvidos e também na cabeça”, ressalta a otorrinolaringologista da Usisaúde, Gláucia Maria Vasconcelos Severiano. A médica explica que o zumbido pode ser temporário ou permanente e também variar de intensidade.

“A principal causa do problema é a perda auditiva que pode ser perceptiva ou não, leve ou não. Não necessariamente uma perda auditiva pode provocar zumbido. Existem outras causas como excesso de cera no ouvido, exposição prolongada a sons intensos, alterações na mandíbula, estresse e alterações no metabolismo como a glicose e o colesterol alto. Por isso a importância de só usar remédios com prescrição médica”, alerta a otorrinolaringologista da Usisaúde. O zumbido não tem cura, mas é preciso desmistificar o senso comum de que o indivíduo com a condição precisa conviver com o problema.

Os tratamentos vão depender da origem do zumbido e podem melhorar a qualidade de vida. “É preciso fazer um diagnóstico profundo do paciente, escutá-lo com calma. Entendê-lo na sua integralidade, de forma sistêmica, visto que o zumbido pode ter várias origens”, disse a especialista. O tratamento pode ser desde o uso de medicamentos, passando por terapias ou até mesmo o uso do aparelho auditivo. No entanto, se ele é causado, por exemplo, por estresse, ansiedade, é preciso tratar dessas causas com uma equipe multidisciplinar que envolve psicólogos. Em outros casos, o tratamento é realizado com medicamentos.

Outro tratamento que tem ajudado os pacientes é a terapia de habituação, realizada com um fonoaudiólogo. Ela consiste em uma forma de desviar a atenção do cérebro para não notar o zumbido e promover a habituação central ao zumbido. Segundo a pesquisa publicada na Jama, a prevalência do zumbido não mostrou diferenças entre homens e mulheres. No entanto, o aumento foi associado ao avanço da idade, já que cerca de 24% dos idosos apresentaram sinais do problema. Outro público que precisa de atenção são os de trabalhadores de profissões que demandam exposição prolongada a sons altos, como a construção civil.

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