Saúde integral inclui equilíbrio financeiro, afirma especialista

Vívien Aucar

Você já deve estar familiarizado com o termo “saúde financeira”, mas já ouviu falar em saúde integral? A saúde integral tem relação com a qualidade de vida em conceito mais amplo, sendo um equilíbrio entre corpo, mente e finanças, onde a saúde física é tão importante quanto a saúde mental e a saúde financeira.

No Brasil, temos uma questão cultural enraizada relacionada a ausência de educação financeira que afeta a sociedade como um todo. Alguns números são alarmantes:

  • Atualmente mais de 40% da população adulta está inadimplente, ou seja, estamos falando de aproximadamente 62 milhões de pessoas que assumiram dívidas que excedem sua capacidade de pagamento.
  • Sete a cada 10 brasileiros não sabem o quanto pagam de juros;
  • Temos um alto nível de analfabetismo financeiro, 81% dos brasileiros afirmam saber pouco ou nada sobre gestão de finanças pessoais;
  • E apenas 3% dos aposentados conseguem se manter sozinhos nesta fase da vida.

Com a falta de educação financeira dentro dos lares, das escolas e das próprias universidades, também é preciso considerar a influência da psicologia em nosso comportamento e tomada de decisão econômica. Estudos de finanças comportamentais afirmam que algumas características humanas podem atrapalhar a vida financeira como, por exemplo: a impaciência e a procrastinação.

Parecem duas características opostas, não é mesmo? Mas para testar essa hipótese, pesquisadores fizeram um experimento com alunos da Universidade de Chicago no qual o prêmio aos participantes era dado não em dinheiro, mas em cheque, que teria de ser descontado. Os estudantes deveriam optar por receber o cheque imediatamente ou em duas semanas, com juros.

O resultado foi que 70% dos estudantes preferiram receber seus cheques imediatamente, renunciando aos juros. E este mesmo grupo levou mais de duas semanas para descontar o valor no banco e ter o dinheiro em mãos. Esse tipo de comportamento é chamado Viés do Presente: “A tendência a atribuirmos maior valor a recompensas imediatas, em detrimento de nossas intenções futuras”.

Por Vívien Aucar – Gerente de Investimentos e Educação Financeira Unicred

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