Novembro Azul: “os homens também sentem dor”

Em pessoas do sexo masculino, fatores biológicos e socioculturais também influenciam na forma de sentir e lidar com ela. Uma das principais causas que levam uma pessoa a procurar atendimento médico, no geral, é justamente o incômodo da dor. Mas, apesar de poder acometer qualquer um, cada indivíduo sente de maneira única e particular, segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), existem particularidades inclusive de acordo com os sexos e gêneros, ou seja, mulheres e homens têm idiossincrasias biológicas e podem reagir de formas distintas às mesmas condições dolorosas.

As diferenças em como homens e mulheres reagem à dor são encontradas em várias condições, incluindo a prevalência de dor lombar, osteoartrite, fibromialgia, disfunção temporomandibular, dor de cabeça e dor abdominal nesses grupos, e é necessária uma abordagem personalizada e multidisciplinar para cada caso, que leve essas peculiaridades em consideração, visando garantir a melhora da qualidade de vida do paciente, seja ele do sexo masculino ou feminino. Além dessas particularidades entre sexos e gêneros que existem para tipos de dor semelhantes, também existem doenças específicas do homem.

É o caso da Síndrome da Dor Pélvica Masculina, definida pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) como dor, pressão ou desconforto crônico localizado na pelve, períneo ou genitália de homens, tendo como sintomas mais comuns desconfortos no períneo, área suprapúbica, pênis e testículos, além de incômodos ao urinar e ejacular, e também a disfunção sexual. Neste mês, a preocupação com a saúde masculina fica mais em evidência por conta da campanha do Novembro Azul, dedicada à conscientização ao diagnóstico do câncer de próstata.

“Buscar tratamento para a dor, seja ela uma lombalgia, uma cefaleia, um câncer de próstata, ou outro problema específico, é necessário para evitar sua cronificação e, claro, melhorar a qualidade de vida do paciente. Ninguém merece ou é obrigado a viver com dor. Se é possível buscar tratamento para ao menos tentar aliviar esse desconforto, é preferível que o paciente, inclusive o homem, busque ajuda ao invés de continuar em sofrimento para tentar cumprir com supostas pressões sociais,” explica o neurologista especialista em dor Dr. Rogério Adas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *