Estudo revela que 36% das mortes ligadas a problemas cardíacos têm início na saúde bucal. Perdas cognitivas e demência também podem estar associadas a má higiene da boca
Neste 25 de outubro é celebrado o Dia Nacional da Saúde Bucal, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância deste órgão. A boca faz parte do sistema digestivo e respiratório e é a maior cavidade do corpo a ter contato com o meio ambiente, sendo a porta de entrada para bactérias e outros micro-organismos prejudiciais à saúde. Além de diminuir o risco de desenvolvimento de problemas dentais, uma boa higiene bucal pode prevenir uma série de doenças.
A situação no Brasil é preocupante. Segundo estudo do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55% dos brasileiros não visitavam regularmente o dentista uma vez por ano, conforme recomendado, e oito milhões de pessoas acima dos 30 anos usavam prótese dentária. Com a pandemia da covid-19, esses números reduziram ainda mais. A falta da higiene adequada pode levar desde uma dor de dente até uma infecção, que pode se espalhar pelo corpo, causando quadros mais graves e, se permanecer sem tratamento, pode até levar à morte.
“Ter saúde bucal é ter os dentes livres de cáries, doença periodontal e lesões em mucosa. Importante também que o paciente tenha conforto durante a mastigação, deglutição e fala. Para isso, são necessárias higienização diária eficiente, alimentação saudável, ingestão de líquidos em quantidade adequada e visita regular ao dentista”, afirma Leila Lana Miranda, dentista do Centro de Odontologia Integrada (COI) unidade odontológica da Fundação São Francisco Xavier (FSFX).
Prevenção
Um dos quadros mais preocupantes de uma má higiene bucal é o agravamento de doenças sistêmicas, que são patologias que atacam o corpo como um todo. Entre as doenças sistêmicas relacionadas à boca estão doenças cardiovasculares, periodontais e diabetes. Uma pesquisa realizada pelas universidades federais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, junto à Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apontou que houve um aumento de 132% de paradas cardíacas nos brasileiros desde 2020. Aproximadamente 36% das mortes ligadas aos problemas cardíacos têm início na saúde bucal. Dentre elas, destaca-se a endocardite infecciosa.
Deixe um comentário