Itabira: encontro de profissionais das UBSs discute óbito infantil/materno, e como prevenir

Nesta quarta-feira (19), no auditório da Mata do Intelecto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da Superintendência de Vigilância em Saúde e do Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Itabira, promoveu um encontro com os profissionais médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para discutir planos de ação, de intervenção e identificação das causas que levam ao óbito infantil/materno no município.

“Precisamos ficar atentos para evitar acontecimentos inesperados. Uma assistência atenta e cuidadosa à gestante faz toda a diferença. Temos um grande desafio, o de unir os profissionais e alinhar as práticas nos três níveis de atenção, que estão interligados na assistência à saúde, construindo protocolos de atendimento uniformes, que facilitem os diagnósticos e as investigações cuidadosas e objetivas”, disse a gestora da SMS, Clarissa Santos Lages.

Clarissa Lages

O Comitê Municipal de Prevenção da Mortalidade é de natureza interinstitucional, interdisciplinar e multiprofissional, de caráter educativo e confidencial, que tem como função investigar falhas sistêmicas nos processos de trabalho da rede pública, que possam identificar causas dos óbitos maternos, infantis e fetais, bem como fatores de evitabilidade dos óbitos ocorridos, além de elaborar propostas e recomendações viáveis para melhorar a qualidade da assistência, evitando as mortes.

Ações ligadas a Organização das Nações Unidas (ONU), em virtude do Pacto de Desenvolvimento do Milênio de 2000, prevê o desenvolvimento econômico, redução da fome e combate à desigualdade, possam reduzir as taxas . “Consideramos o Comitê um importante instrumento de gestão, onde é possível, por análise de óbitos infantis/maternos planejar medidas de intervenção para reduzir mortes de crianças por possíveis falhas na assistência à gestante,” destacou Clarissa Lages.

Maísa Colombo

“Essas Declarações de Óbitos (DO) são importantes para esclarecer as mortes que poderiam ser evitadas, e para medidas de controle da mortalidade e melhoria da atenção à saúde da mulher, principalmente das gestantes em nosso município,” revela a enfermeira Maísa Colombo, presidente do Comitê de Prevenção. O médico ginecologista-obstetra, Virgilino Quintão Tôrres, apresentou os dados epidemiológicos dos óbitos infantis, maternos/fetais ocorridos em Itabira em 2021.

“Precisamos melhorar os indicadores de saúde, propondo ações mais impactantes de atenção à mulher e à criança. Como profissionais temos que melhorar os registros nas declarações, investigar os óbitos criteriosamente, identificar os fatores de risco mais precocemente, para evitar problemas mais graves, analisar as falhas sistêmicas, elaborar propostas de intervenções mais consistentes e imediatistas, evitando intercorrências significativas”, aconselhou Virgilino, referência técnica do Comitê.

Virgilino Quintão

Os indicadores na taxa de óbitos maternos e infantis, segundo o ginecologista, tiveram crescimento entre 2020 e 2021, motivado pela pandemia, que fragilizou as gestantes. A taxa de natalidade vem diminuindo desde 2018, antes de 1444, em 2021 registrou 1.234 nascidos vivos. Em 2021 ocorreram 18 óbitos fetais, 15 óbitos infantis e dois óbitos maternos em Itabira. O Brasil teve, em 2021, média de 107 mortes maternas a cada 100 mil nascimentos.

Para doutor Virgilino, a causa de óbitos está intimamente ligadas à gravidez mal planejada, início tardio das consultas das gestantes, poucos exames realizados e acompanhamento descontinuado da gestação nas UBSs. “São mortes que poderiam ser evitadas se as gestantes fizessem o acompanhamento mensal da gravidez, sistematicamente. Todas as unidades de saúde do município estão à disposição para atendê-las e os exames estão garantidos para todas”, concluiu o médico ginecologista.

 

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