Para reduzir perdas são necessários investimentos em modernização da cibersegurança

Crédito: Neoenergia

Com a perspectiva de registrar um crescimento de 11% em relação a este ano, os gastos com segurança da informação devem atingir a casa dos US$ 187 bilhões em 2023. Os números revelados pelo Gartner representam a continuidade do ritmo que este tipo de investimento vem registrando nos últimos anos. Apesar disso, todo este volume de recursos não tem sido suficiente para reduzir o volume de fraudes. A principal razão para este descompasso foi revelada pelo Relatório de Riscos Globais 2022 do Fórum Econômico Mundial. A instituição afirma que 95% dos problemas de segurança cibernética vivenciados pelas empresas podem ser atribuídos a erros humanos. Diante deste cenário, o próprio Gartner acredita que as abordagens tradicionais de treinamento de conscientização de segurança estão sendo ineficazes.

Para o CEO da edtech brasileira Beedoo, Daniel Lima, a dificuldade de conscientização acontece porque geralmente a tarefa de engajar as pessoas nesta cultura de segurança acaba, na maioria das vezes, recaindo sobre profissionais que, apesar de especializados no assunto, ficam sobrecarregados já que também são responsáveis por tarefas técnicas na estrutura das organizações. Em seu “Relatório de Conscientização de Segurança 2022”, o SANS Institute, organização cooperativa de pesquisa e educação que fornece programas para mais de 165.000 profissionais de segurança em todo o mundo, revelou que mais de 69% dos profissionais que deveriam atuar diretamente na conscientização de segurança estão atualmente gastando menos da metade de seu tempo nesta função. Os dados foram extraídos de uma pesquisa feita junto a mais de 1.000 profissionais deste segmento.

Por sua vez, o Gartner argumenta que, preocupadas com este aspecto, as organizações mais progressistas no assunto estão investindo em programas holísticos de comportamento e cultura de segurança que substituem campanhas desatualizadas de conscientização de segurança centradas em conformidade pela promoção de novas formas de pensar e incorporar comportamentos com a intenção de provocar atitudes mais seguras de trabalhar em toda a organização. Neste sentido, Daniel Lima afirma que a tendência da indústria de treinamento é trabalhar com a chamada “RFC”, ou Recomendação Fluída de Conteúdos. A metodologia consiste na adoção de algoritmos nos moldes do que fazem os ícones da Transformação Digital como Instagram (Meta), Netflix, Spotfy e Youtube, por exemplo. “Conforme o usuário vai navegando na plataforma dentro de sua jornada diária, as soluções vão recomendando os conteúdos no momento mais apropriado. Isso gera maior relevância e engajamento”, explica.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *