Em ato realizado no Centro, na manhã desta segunda-feira (8), a 52ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Itabira) chamou a atenção para a importância do combate à violência contra a mulher. Ao expor o “Varal da Vergonha”, com roupas manchadas de vermelho, em alusão aos abusos físicos sofridos pelas mulheres, a direção da OAB Itabira lembrou os 16 anos da Lei Maria da Penha, celebrados neste domingo (7).
Além do varal, os advogados distribuíram uma cartilha com o título “Em uma relação abusiva, você se machuca antes mesmo de apanhar”. O texto conscientiza a população, principalmente a feminina, a identificar as principais formas de abuso e também a importância de promover denúncias e procurar ajuda, caso sejam vítimas deste tipo de crime.
O evento, que recebeu o nome “Em luto e pela luta! Todos no enfrentamento à violência contra as mulheres”, chamou a atenção de quem passou pela avenida João Pinheiro, uma das mais movimentadas da cidade. Segundo a presidente da OAB Itabira, Patrícia de Freitas, este tipo de intervenção é mais do que necessário, para que de fato haja a diminuição do número de crimes contra as mulheres.
A presidente lembrou os 16 anos da Lei Maria da Penha, que surgiu com a intenção de criar mecanismos de enfrentamento e punição de crimes contra as mulheres. Patrícia de Freitas reconheceu que houveram algumas mudanças ao longo dos últimos anos, no que diz respeito à proteção à mulher, mas que “ainda estamos longe do que é necessário para criar a segurança efetiva”.
A advogada que compõe a Comissão Estadual de Enfrentamento a Violência Doméstica e Familiar da OAB/MG, Juliana Drummond, uma das organizadoras do Evento, disse que os dados que envolvem a violência contra a mulher “são alarmantes”. Ainda de acordo com ela, a grande dificuldade encontrada ainda é a falta de denúncia por parte das mulheres violentadas. Às vezes, disse a advogada, a denúncia não acontece por medo, por dependência financeira e até mesmo por causa dos filhos.
“Minas Gerais liderou o ranking de feminicídio no Brasil em 2021, então, a gente constata que os dados são alarmantes e este tipo de crime cresceu muito nos últimos anos, devido ao isolamento causado pela pandemia da covid-19. O aumento é de quase 40%. Não é que elas denunciam mais, elas estão rompendo as barreiras para falar sobre a violência, porque a violência sempre existiu, mas era muito mascarada”, avalia a representante da Comissão.
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