No dia 1º de julho é comemorado o Dia da Vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin). A data marca a criação do imunizante utilizado na prevenção de formas graves da tuberculose, como a meningite e a tuberculose miliar, impactando na diminuição da mortalidade infantil. Com indispensável aplicação na primeira infância, a BCG não é a única que protege vidas infantis. Ela faz parte de uma lista de vacinas essenciais e obrigatórias para prevenir doenças e até a morte de crianças.
“A imunização infantil é um direito de toda criança, garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Com uma boa cobertura vacinal, garantimos a prevenção de doenças, tanto para as crianças vacinadas como para aquelas que não têm acesso à imunização. A grande importância da vacinação infantil é reduzir a ocorrência de formas graves de doenças, com consequente queda na incidência de sequelas e óbitos”, comenta a pediatra da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Fabiana Melato.
A vacinação reduz a mortalidade infantil, aumenta a expectativa de vida e oferece condições de crescimento e desenvolvimento para que a criança se torne um adulto saudável. Os imunizantes mais importantes dessa fase são disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As vacinas são tão fundamentais que foram responsáveis, nas últimas décadas, pelo aumento de 30 anos na expectativa de vida, de acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI).
Muitas doenças que já estavam praticamente erradicadas em vários países começaram a voltar devido à baixa cobertura vacinal dos últimos anos, principalmente no período de pandemia. Em abril de 2022, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgou que, em apenas três anos, a cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (Tríplice Viral) caiu no Brasil, de 93,1% em 2019, para 71,49% em 2021. A cobertura da vacinação contra a poliomielite também teve uma queda preocupante de 84,2% para 67,7% no mesmo período.
“A continuidade da vacinação é importante para mantermos o status de controle ou erradicação de determinada doença em uma região. As distâncias estão cada vez mais curtas devido às facilidades de deslocamento e isso possibilita a circulação de agentes infecciosos, até mesmo de um país para o outro, criando oportunidades para a reintrodução de antigas ameaças. Um exemplo é a poliomielite (paralisia infantil). Essa doença foi erradicada do Brasil na década de 1990 e, para que ela não seja reintroduzida, é preciso continuar vacinando as crianças”, pontua a pediatra.
Toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final, que é a aplicação, garantindo, assim, sua segurança. Além disso, elas são avaliadas e aprovadas por institutos reguladores muito rígidos e independentes. No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do Ministério da Saúde (MS). E não é só isso. A vigilância de eventos adversos continua acontecendo depois que a vacina é licenciada. Isso possibilita continuar monitorando a segurança do produto.
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