Falta de acesso e saneamento agrava pobreza menstrual

Menstruar é um evento natural e a dignidade relacionada ao tema é direito de toda mulher, o que significa ter acesso a produtos e condições de higiene adequados. Contudo, esse é um problema mundial, que engloba a desigualdade social, falta de estrutura e de educação sobre o tema. E, por isso, muitas pessoas vivem essa dimensão de seus corpos em situação de solidão, desconhecimento e vergonha, conforme aponta pesquisa de que 11,3 milhões de brasileiras são afetadas diretamente pela pobreza menstrual.

O estudo foi realizado em abril de 2021 com 814 mulheres que menstruam regularmente, entre 14 e 45 anos, representantes das classes C-D e mostrou que 40% das mulheres de baixa renda que são afetadas pela pobreza menstrual têm entre 14-24 anos, revelando que esse é um problema que atinge, sobretudo, meninas jovens. E isso é um problema refletido diretamente na educação, uma vez que 16% das entrevistadas afirmam que sempre ou quase sempre já deixaram de ir à escola quando estavam menstruadas porque o banheiro é muito sujo e não tem condições de uso, enquanto 12% fizeram o mesmo por não estarem com absorvente adequado ou com algum absorvente improvisado.

E isso é comprovado pela pesquisa, já que 94% de mulheres de baixa renda não sabem o que é pobreza menstrual, ou seja, não conseguem identificar quando vive uma realidade de vulnerabilidade. Isso porque a menstruação ainda é tabu para muitas pessoas, sendo um tema evitado para não causar constrangimentos. Entretanto, é essencial conhecer o próprio corpo, entender como ele funciona e, acima de tudo, reconhecer a menstruação como algo natural, no intuito de facilitar a compreensão e orientações sobre a higiene adequada, além de entender o seu direito no que diz respeito ao assunto.

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