Mês de Mulher: com 73 anos, doutora Ermelina é a primeira médica do HNSD

Em 1974, a doutora Ermelina Meroto Roncete Valadares Costa se tornava a primeira médica do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD). Passadas quase cinco décadas, a pediatra atualmente com 73 anos, é profissional de saúde, mas longeva na instituição hospitalar. Durante esse tempo, ela viveu experiências, acumulou histórias e superou desafios. “Acho que o ambiente do hospital não mudou. Para mim continua sendo o mesmo ambiente que sempre foi. O HNSD tem uma acolhida diferenciada, então não vejo discriminação aqui, não vejo dificuldades. Foi criado esse ambiente bom aqui dentro e que continua até hoje”, avalia a médica.

Ermelina Costa formou-se em medicina na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (ES) em 1973. Um ano depois dava início a sua trajetória no HNSD. “Quando eu vim pra cá éramos 26 médicos e só tinha eu como médica, fui a primeira. O hospital tinha as freiras também e a irmã Aurélia era a supervisora. Era um grupo pequeno, todos se conheciam e a gente trabalhava muito”, conta. A médica defende que todas as mulheres precisam confiar no seu potencial para superar os seus desafios, princípio que carregou consigo para construir a sua história em um ambiente que, historicamente, é dominado por profissionais masculinos.

“O que todo mundo faz, eu faço. Geralmente a gente duvida muito da nossa capacidade enquanto mulher. Não vejo essa diferença, o que um homem pode fazer a mulher também pode fazer. Eu acho isso, e basta querer fazer. O hospital não tinha quarto e banheiro separados para mulher. Teve que ser criado esse ambiente. No dia que conversamos sobre isso, eles acharam que não havia diferença, que era tudo igual. Nessa reunião eu falei que não é tudo igual, que eu não sou igual a eles. Eu sou mulher e queria um quarto e um banheiro pra mim. Foi difícil na época eu tive que me impor”, reflete Ermelina Costa.

Em relação ao Dia Internacional da Mulher, Ermelina Costa deixa um recado para as mulheres. “Falaria pra elas não se intimidarem e terem confiança nas escolhas que fizeram e no que aprenderam. Mas vai chegar uma hora que elas precisam se impor, ter que falar isso é meu direito. Agora, se elas ficarem caladas vão ser silenciadas. Então tem que ter voz e mostrar o que elas sabem fazer”. Desde a sua fundação, em 1858, o HNSD conta com importantes contribuições femininas, sendo supervisionado durante décadas por freiras e, atualmente, com o quadro de funcionários sendo composto majoritariamente por mulheres.

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