Vale anuncia investimentos até 2030 em Minas com sustentabilidade, inovação, e redução de barragens

Crédito: Vale/Divulgação

A Vale inaugurou quinta-feira (4) a mina Capanema, em Ouro Preto (MG), com o governador Romeu Zema e outras autoridades. A retomada da operação marca o início de uma nova fase da Vale no Estado, com investimentos de R$ 67 bilhões até 2030. Os recursos serão aplicados em processos produtivos mais seguros, inovadores e sustentáveis, priorizando reduções de barragens, além de menor emissão de carbono e ampliação da mineração circular, com o apoio de novas tecnologias nos cinco complexos operacionais da empresa.

A mina vai operar a umidade natural, sem o uso de água no processamento do mineral e sem gerar rejeito, eliminando a necessidade de barragem. O novo modelo contempla, ainda, cinco caminhões fora de estrada autônomos e soluções de circularidade, com o reprocessamento de minério de ferro contido em uma antiga pilha de estéril. A mina vai adicionar aproximadamente 15 milhões de toneladas por ano (Mtpa) à produção de minério de ferro da Vale, contribuindo para o alcance do guidance (orientação) de 340–360 Mtpa em 2026.

“Temos uma longa história de aprendizados, de uma profunda evolução cultural e, sobretudo, de parceria com os mineiros. Seguimos juntos nessa jornada, na certeza do nosso legado para o desenvolvimento sustentável. Capanema exemplifica a nova fase da mineração e reforça nosso compromisso com um processo produtivo mais responsável, minimamente invasivo e com tecnologia e inovação aplicadas para o melhor aproveitamento dos recursos minerais e para iniciativas de descarbonização”, afirma Gustavo Pimenta, presidente da Vale.

Foram investidos cerca de R$ 5,2 bilhões na reativação da unidade, que estava paralisada havia 22 anos, incluindo a modernização das instalações e a integração com outras minas da região para a otimização de processos e redução de impactos ambientais. As obras tiveram duração de cinco anos, envolveram cerca de 40 empresas e mais de 6.000 trabalhadores no pico das atividades, com priorização de mão de obra local. A operação conta com 800 empregados. O investimento de R$ 67 bilhões em Minas Gerais.

O objetivo é oferecer um portfólio de minério de ferro mais flexível, impulsionado por melhorias no desempenho operacional. Os aportes neste período devem gerar cerca de R$ 440 milhões em royalties por ano, movimentando R$ 3 bilhões anuais em salários para cerca de 60 mil profissionais, entre próprios e contratados. A maioria dos investimentos será destinada a soluções para ampliar a filtragem e o empilhamento a seco do rejeito, visando reduzir de 30% para 20% o uso de barragens nas operações da empresa no Estado.

“Esses projetos oferecerão mais segurança na produção do portfólio de alta qualidade, que requer etapas de concentração do minério, especialmente o pellet feed high grade, essencial para as rotas de redução direta na produção de aço com menor emissão de gases de efeito estufa. Minas Gerais é estratégico no fornecimento desse produto, contribuindo diretamente para a descarbonização da indústria siderúrgica”, explica Rogério Nogueira, vice-presidente executivo Comercial e de Desenvolvimento da Vale.

Será incluído mais conectividade, renovação de frota, instrumentação e monitoramento, entre outros processos de sustentabilidade e inovação na produção de minério de ferro. Os recursos abrangem, ainda, a eliminação de barragens e diques do Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante. Desde 2019, cerca de 60% do programa foi executado. Das 13 estruturas remanescentes, oito estão em obras. Todas estão inativas e são monitoradas 24 horas por dia pelos Centros de Monitoramento Geotécnico da Vale.

“Continuamos avançando na gestão de nossas estruturas geotécnicas, aprimorando os controles e estudos técnicos e desenvolvendo tecnologia, em parceria com nossos fornecedores, para eliminar nossas barragens a montante, com foco absoluto na segurança dos nossos empregados, das comunidades vizinhas e na proteção do meio ambiente. Esse é um passo essencial para uma mineração mais segura e alinhada às expectativas da sociedade”, ressalta Rafael Bittar, vice-presidente executivo de Serviços Técnicos da Vale.

A empresa vem intensificando práticas de mineração circular no Estado desde 2020, com o reprocessamento de minério de ferro de estruturas geotécnicas em descaracterização, como as pilhas de estéril da mina Serrinha e a barragem Vargem Grande. O reaproveitamento permite a eliminação de riscos associados às estruturas e traz ganhos ambientais, como a redução de área para disposição do material. Em 2025, foram produzidas cerca de nove milhões de toneladas (Mt) a partir desses programas, aumento de 14% em relação a 2024.

No ano passado, a produção de fontes circulares somou 12,7 Mt, e há potencial para que a empresa alcance 10% de sua produção total por meio dessas fontes até 2030. Minas Gerais responde por cerca de 80% desse volume. Iniciativas de coprodutos também são destaques no Estado, como a produção de Areia Sustentável, com mais de três milhões de toneladas comercializadas nos últimos dois anos, e a Fábrica de Blocos em Itabirito, que transforma rejeitos em materiais para a construção civil, retornando materiais que seriam descartados.

Com 63 mil empregados (próprios e contratados), as atividades da Vale representaram 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado em 2023, conforme estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Nos últimos dois anos, Minas foi responsável por cerca de 45% da produção total de minério de ferro da companhia. A Vale também apoia as manifestações artísticas e ativos culturais. De 2020 a 2024, investiu cerca de R$ 370 milhões em 335 projetos, democratizando o acesso à arte e cultura em 45 municípios mineiros.

Ao conciliar mineração com preservação, a Vale protege 73 mil hectares de áreas verdes no Estado, o equivalente a mais do dobro do tamanho da capital Belo Horizonte, entre áreas próprias e em parceria com o ICMBio. Desse total, mantém 13 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), em municípios onde possui operações. Adicionalmente, a empresa conserva outros 41 mil hectares, entre reservas legais, áreas de compensação ambiental e destinadas à criação de novas RPPNs, atualmente em análise pelos órgãos competentes.

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