Preocupação: uso de vapes por jovens em Minas Gerais é maior que a média nacional

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Apesar de proibidos no Brasil desde 2009, os dispositivos eletrônicos para fumar, chamados popularmente de vapes, seguem atraindo adolescentes e jovens, podendo, inclusive, ser facilmente encontrados no comércio formal e informal. Em Minas Gerais, quase 9% do público entre 13 e 17 anos afirmou ser usuário desses produtos, índice maior que a média nacional (7%). Os dados são da última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019.

É extremamente importante que campanhas de conscientização, cada vez mais, sobre esse novo inimigo da saúde, que, vendido com aromas e sabores agradáveis, design sofisticado e embalagens com cores vibrantes, causam os mesmos males dos cigarros convencionais. “Estudos recentes indicam que a quantidade de nicotina nos cigarros eletrônicos é maior que nos modelos tradicionais. Eles são, na verdade, um lobo em pele de cordeiro,” disse a pneumologista e professora universitária Camila Passos.

Ainda de acordo com a especialista, por também possuírem nicotina, os vapes podem causar dependência. Isso porque ao ser inalado, libera dezenas de substâncias que, em contato com o Sistema Nervoso Central, dão sensação de prazer instantâneo. “Com isso, a pessoa entra em um ciclo viciante e passa, cada vez mais, a fumar com mais constância para desfrutar desse bem-estar imediato. A dependência é percebida de forma muito clara quando alguém está tentando parar de fumar”, explica a docente.

Ela reforça que a nicotina aumenta o risco cardiovascular, contribuindo para o paciente ter mais chances de sofrer um infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outros problemas. “A medicina vem estudando sobre os malefícios a longo prazo causados pelos cigarros eletrônicos, mas é fato que, além da nicotina os vapes têm outras substâncias severamente tóxicas e cancerígenas, que, com o passar do tempo podem causar inflamações crônicas nos pulmões e obstrução dos bronquíolos,” afirma a professora.

“Sem falar da destruição dos alvéolos pulmonares, pequenas bolsas de ar, responsáveis pelas trocas gasosas entre o ar inspirado e o sangue. Essas estruturas são fundamentais para o processo de respiração, permitindo a entrada de oxigênio e a saída de dióxido de carbono do corpo. Sem falar do câncer de pulmão, já que o tabagismo é o principal fator de risco para a enfermidade”, completa Camila Passos, considerando ainda que a abstinência provoca irritação, estresse e até insônia.

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