Época de reprodução: casos de acidentes com escorpiões sobem 150% em dez anos

Foto: Divulgação

Os meses de agosto e setembro, devido ao clima mais seco e frio, são marcados pelo aumento dos acidentes com escorpiões, justo na sua época reprodutiva. Além do período que favorece o ciclo reprodutivo da espécie, e a aproximação desses animais de áreas urbanas em busca de abrigo e alimentação, sobretudo as baratas. O número de acidentes com escorpiões cresceu mais de 150% na última década. No ano passado o Brasil registrou mais de 180 casos relacionados ao animal peçonhento e 133 mortes confirmadas.

Minas Gerais se destaca negativamente, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado ano passado, obtendo em 2023 um total de 38.946 notificações, o que corresponde a quase 20% do total nacional. O Estado também apresentou o maior coeficiente de incidência do país: 182,13 acidentes por 100 mil habitantes. A gravidade do cenário se reflete nos óbitos: das 131 mortes registradas, 67 ocorreram no estado, o que representa praticamente 52% do total em relação aos demais Estados na União.

“Nos casos mais leves, os sintomas são locais, como dor intensa, inchaço, vermelhidão e formigamento na área da picada. Já nas formas graves, o veneno pode causar sintomas sistêmicos, como náuseas, vômitos, sudorese, salivação excessiva, agitação ou sonolência, além de possíveis alterações cardíacas e convulsões,” explica a médica gerontologista Cinthya Tamie Passos Miura. Embora os acidentes afetem homens e mulheres em proporções semelhantes, as crianças de até nove anos são as mais vulneráveis.

Esta faixa etária concentrou desfechos graves, com até 34% dos óbitos. O risco de morte é 5,89 vezes maior em comparação com adultos entre 40 e 49 anos.   “Crianças, idosos e pessoas com alergias graves ou doenças crônicas fazem parte dos grupos de maior risco e podem apresentar reações mais graves à picada de escorpião. Em caso de acidente, é importante, se possível e com segurança, capturar o escorpião para levá-lo ao atendimento médico, pois isso ajuda na identificação da espécie”, reforça Cinthya Miura.

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