Dermatologista da FSFX destaca a necessidade de conscientização e autocuidado com o vitiligo

Dr. Ismael Alves Rodrigues. Foto: FSFX

Em 25 de junho foi celebrado o Dia Mundial do Vitiligo, data dedicada à conscientização sobre essa condição de pele que afeta milhões de pessoas. Embora o vitiligo não represente ameaça direta à saúde física, ele pode impactar profundamente a autoestima e o bem-estar emocional dos pacientes. Neste cenário, campanhas informativas ganham força não apenas para esclarecer a população, mas também para combater o preconceito e os estigmas que ainda cercam a doença. Conforme o dermatologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Dr. Ismael Alves, o vitiligo é uma doença de origem genética.

“A pessoa que manifesta vitiligo, seja na infância ou na vida adulta, já nasceu com a predisposição genética para desenvolver a doença. No entanto, o fato de ser genética não significa que ela seja necessariamente familiar, pois há muitas doenças genéticas que não são, obrigatoriamente, familiares. O vitiligo é uma delas. É importante que a sociedade entenda que o vitiligo não é causado pelo estresse. Atribuir a doença apenas a fatores emocionais pode levar o paciente a se culpar pelas próprias lesões, o que é injusto e prejudicial”, explica o médico da FSFX sobre a doença, ainda sem cura definitiva.

O vitiligo pode ser controlado com tratamentos que variam de acordo com cada paciente. O avanço mais promissor, segundo o especialista, está em novas terapias imunológicas que controlam a ação do sistema imunológico sobre os melanócitos, as células responsáveis pela cor da pele. “Esses medicamentos já existem para outras doenças e estão sendo cada vez mais estudados para o vitiligo, com a vantagem de terem menos efeitos colaterais do que os tratamentos tradicionais. As lesões não causam dor, não afetam órgãos internos, mas atingem diretamente a autoestima”, orienta o dermatologista.

Atualmente, os pacientes contam com diferentes abordagens terapêuticas: cremes, medicamentos de uso oral, fototerapia com luz ultravioleta e, em alguns casos, o transplante de melanócitos, técnica que consiste em transferir células pigmentares de uma área saudável para as regiões despigmentadas da pele. Embora os resultados variem, muitos pacientes conseguem recuperar a cor da pele e manter as manchas sob controle por longos períodos. O tratamento é individualizado e deve considerar o número de lesões, sua localização e se a doença está estável ou em progressão.

O preconceito ainda é um dos principais desafios enfrentados por quem convive com o vitiligo. “O paciente precisa saber que não está sozinho. Em média, 1% da população mundial tem vitiligo. Em algumas regiões, esse número chega a 2%, ou seja, uma a cada 50 pessoas. Com tratamento adequado e apoio emocional, é possível controlar a progressão das manchas e viver com qualidade. O mais importante é não se isolar e nem se culpar. O vitiligo não é uma falha pessoal, é uma condição genética que pode ser manejada com acompanhamento médico e psicológico”, pontua o especialista da FSFX.

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