Dermatologista afirma que mapeamento de pintas no corpo pode prevenir câncer de pele

Foto ilustrativa. Fonte: Freepik

Devido ao clima brasileiro, o câncer de pele não melanoma é o mais frequente, responsável por cerca de 30% de todos os casos de tumores malignos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para Minas Gerais, durante o triênio 2023-2025 serão 26 mil ocorrências do tipo não melanoma por ano, e 900 registros do tipo mais agressivo. Para frear cada vez mais esse tipo de câncer, a tecnologia tem auxiliado a ciência nas ações preventivas com procedimentos avançados como o Mapeamento Corporal Total com Dermatoscopia Digital. Por este novo método é possível identificar, quantificar e analisar de forma precisa as pintas na pele.

Neste exame é utilizado equipamento revolucionário que combina tecnologia de imagem com alta resolução, com Inteligência Artificial (IA) para uma avaliação abrangente. “Com esse exame todo o corpo é fotografado inicialmente e, na segunda etapa, as pintas são avaliadas por Dermatoscopia Digital. Esse procedimento é indicado para quem tem muitas pintas pelo corpo, para quem já teve melanoma ou tem história familiar e também para quem já teve um câncer de pele do tipo não melanoma, onde há uma chance muito maior de ter a doença novamente”, explica a dermatologista do Hospital Vila da Serra, Cristiane Cárcano.

Outro procedimento que também está disponível nos consultórios é a dermatoscopia feita com um aparelho de mão. Este método não invasivo permite a avaliação das lesões de pele, cabelos e unhas. A técnica deve ser utilizada como método complementar ao exame físico corporal. Além dos procedimentos disponíveis nos consultórios médicos, a médica do Hospital Vila da Serra revela que a prevenção pode começar dentro de casa. “Cada pessoa pode observar suas pintas seguindo a regra da avaliação primária do paciente”, disse a dermatologista. A sigla ABCDE traz um significado para cada letra.

“A” é derivado de assimetria: lesões benignas tendem a ser mais simétricas, mais regulares. Já as lesões malignas tendem a ser assimétricas. “B” é de borda: observar se uma pinta apresenta um contorno muito irregular. Porque as lesões benignas, em geral, apresentam um contorno (ou borda) regular. “C”: lesões malignas em geral possuem mais de uma cor. É importante observar isso em pintas. “D” é o diâmetro: quando a pinta possui mais de cinco milímetros merece atenção especial. “E” de evolução: observar mudanças muito rápidas em uma pinta ou sinal. O câncer pode aparecer em qualquer parte do corpo.

“A evolução de uma lesão ou pinta significa qualquer modificação, porque qualquer lesão que evolui e modifica, cresce e sangra espontaneamente, possui uma coceira persistente, muda de textura ou de cor é uma lesão que precisa ser monitorada”, informa Cristiane Cárcano. O melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas da pele e, apesar de mais raro que os demais cânceres de pele, são considerados o mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). O prognóstico desse tipo de neoplasia pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial.

O não melanoma tem alta chance de cura, desde que seja detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, o não melanoma é o mais frequente e de menor mortalidade, mas pode deixar mutilações bastante expressivas se não for tratado adequadamente. Carcinoma basocelular: o mais comum e também o menos agressivo. Caracteriza-se por uma lesão (ferida ou caroço) em geral de cor rosada ou da cor da pele, com borda brilhante e costuma ter um crescimento lento. Pode sangrar com o crescimento da lesão. Em geral, não dói. O diagnóstico e tratamento precoces fornecem alta taxa de cura.

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