
Foto: Divulgação/Vale
Um abrigo de animais construído pela Vale em Barão de Cocais, a 60 quilômetros de Itabira, pode ajudar animais de grande porte na recuperação de problemas veterinários. Casos como, o de um cavalo que não aceita a aproximação do cuidador, outro que distribuía coices como resposta a fortes dores de lesão crônica, e até uma égua que sofria há anos com sinusite. Exemplos de como a medicina veterinária, através de técnicas de acupuntura, eletroterapia, quiropraxia, aromaterapia e a musicoterapia pode recuperar a saúde animal.
O foco é aliado a doma racional no objetivo do bem-estar animal. Mais de 500 equídeos já passaram pelas instalações da Vale para receber animais de Brumadinho, Barão de Cocais, Itabirito e outras áreas evacuadas preventivamente, para descaracterização de algumas estruturas e obras de reparação da mineradora. Atualmente, 218 animais estão abrigados, e 45 disponíveis para adoção responsável. Desde 2019, 284 animais foram adotados ou reintegrados aos seus tutores. No local, os cavalos passam por sessões especializadas,
Os animais recebem tratamentos como o de fisioterapia, e também acupuntura, laser e moxabustão, entre outras. Os métodos são adotados tanto na prevenção quanto no tratamento de lesões. “Os cavalos trazem consigo um histórico, uma vivência, alguns passaram a vida como animais de carga e presos em carroças. Nosso trabalho auxilia na reabilitação e bem-estar dos equídeos que apresentam alguma condição neurológica ou dor muscular”, observa Anderson Abreu, médico veterinário especialista em fisioterapia e acupuntura animal.
A moxabustão é uma técnica chinesa onde se usa um bastão de erva com o objetivo de estimular pontos ou regiões. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), o calor da erva irá estimular a energia vital e a produção de sangue. Um cavalo diagnosticado com síndrome do osso navicular, doença degenerativa crônica, presente nas patas dianteiras, e pode impactar os tendões, comprometendo a locomoção. O tratamento visa a recuperação muscular, fazendo com que ele redistribua o peso suportado entre as patas, e alívia as dores.
Diego Lopes dos Reis, morador de Barão de Cocais, trabalha com animais há 22 anos e conhece a doma de cavalos. “Antigamente, a gente utilizava a doma tradicional com uso de força, sem respeitar e entender o que animal sentia. Não fazíamos por maldade, mas por desconhecimento. Hoje, com o uso da doma racional eu me sinto realizado, consigo estabelecer um vínculo emocional com o animal e fazer com que ele aprenda os movimentos necessários para a montaria, sem o uso da força”, destaca o domador e cuidador cocaiense.
Interessados em adotar devem preencher um formulário de adoção responsável no site “Me leva pra casa” (clique aqui) e aguardar o retorno da equipe. As entrevistas são realizadas de forma remota e presencial. Os profissionais visitam a propriedade do candidato a tutor para avaliar oferta de alimentos (pastagens ou feno), estrutura de manejo e condições para o bem-estar. Todos os animais adotados são entregues vacinados e, quando se trata de equídeos machos, são castrados.
A Vale é responsável pelo acompanhamento do animal por um período de até oito meses, após a adoção. Termo de Compromisso assinado entre a Vale e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) impede a adoção com finalidade de comercialização, uso em atividades de cunho financeiro e abate. “Nosso foco é proporcionar o bem-estar animal e ajudar a fortalecer o vínculo entre equídeos e seus tutores através da doma racional”, destaca Philipe Nunes analista ambiental da Vale.
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