Luan Aparecido da Silva, de apenas 18 anos, é aluno protagonista da Escola Estadual Antônio Eufrásio de Toledo, de Ensino Médio Integral em Paraisópolis (MG). Sem recursos, o aluno desenvolveu jogos de RPG com suas próprias mãos. A atividade se tornou uma febre na escola e acabou virando um dos principais clubes de protagonismo da unidade, com grande participação dos colegas. Atualmente, o clube realiza campeonatos de xadrez, sessão de jogos, aprofundamento de táticas e lógicas, além de atividades solidárias, como campanhas de arrecadação e doação para a comunidade.
“O RPG é um jogo cuja sigla traduzida do inglês significa ‘jogo de interpretação de papéis’, ou seja, interpretação de personagens. Nele o jogador constrói uma história, como se fosse um teatro, só que de improviso. Para jogá-lo são necessários dados específicos e também cartas e peças peculiares que não são encontrados facilmente em qualquer loja e nem são baratos para serem adquiridos. Por isso, decidi criá-los”, conta o estudante. Morador da zona rural da cidade e acostumado com as limitações de sua região, Luan cortou pedaços de maneira para fazer as peças e, com a ajuda de uma lixa, construiu cada um dos dados que possuem formatos específicos.
Para as cartas, ele utilizou folhas de papel e sua criatividade para desenhar e montar seus jogos. A iniciativa do projeto teve início durante a pandemia como um passatempo para se distrair e enfrentar os desafios do período, especialmente pela ansiedade e incerteza de não saber se conseguiria voltar a frequentar a escola de forma presencial antes de se formar. Com o retorno das aulas, seu jogo de RPG personalizado ganhou muita visibilidade entre os estudantes e, graças ao incentivo do programa de protagonismo estudantil do modelo de ensino integral, conseguiu fundar o primeiro clube de RPG da escola.
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