Agenda desenvolvimentista deve pautar governo para priorizar indústria e sustentabilidade

Com a proximidade das eleições gerais, o debate sobre uma agenda econômica necessária para estimular o desenvolvimento do Brasil ganha força. Seja qual for o governo a partir de 1º de janeiro de 2023, há um longo caminho a ser percorrido para o país retomar o trilho do crescimento sustentado, na opinião de José Maurício Caldeira, sócio e membro do Conselho de Administração da Asperbras. Para o executivo, é imprescindível retomar as discussões em torno das reformas estruturais, como a Administrativa, para adequar à máquina pública ao tamanho do Estado, e a Tributária, que é a mais urgente.

Há necessidade de simplificação, barateamento e desburocratização na forma de se cobrar impostos, dando racionalidade ao sistema e melhorando o ambiente de negócios no país. Para tanto, Caldeira ele defende que o caminho é a adoção, em nível nacional, de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), amplo e isonômico, como existe em vários países. “A produção, as exportações e os investimentos não podem ser onerados e deve existir mecanismos efetivos de recuperação de créditos”. Outro ponto relevante é a política industrial.

José Maurício Caldeira

Os recentes choques externos, como a pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia, mostraram como a indústria é um setor estratégico. Com muito da produção concentrada na Ásia, as cadeias de suprimento se romperam, o que afetou o abastecimento de vários insumos globalmente. Com isso, até os países desenvolvidos estão reavaliando a opção de manter a produção tão distante do seu mercado consumidor. Tal cenário pode ser uma oportunidade para o Brasil, fazendo a indústria o motor da retomada econômica e avançar na reindustrialização.

Nos últimos anos, a indústria de transformação perdeu protagonismo, passando de 20% de participação no PIB, nos anos 1980, para 11,23% em 2021, mesmo patamar dos anos 1950. “O Brasil precisa atrair investimentos de empresas estrangeiras na fronteira tecnológica e acelerar a transição para a Indústria 4.0, reduzindo custos de financiamento para todo o setor industrial e melhorando o acesso ao crédito para o investimento produtivo”, complementa o executivo. A sustentabilidade deve ser outro fundamento de uma política industrial moderna

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